António Barreto: Entrevista ao "i" : (IV)
E sem a União Europeia?
Sem União Europeia não há qualquer solução – vamos para a bancarrota e vamos ter uma vida negra durante muitas décadas. Se ficarmos dentro, a solução tem de ser razoavelmente europeia. E a Europa, felizmente, tem de tratar de outros países que não só de Portugal, caso contrário éramos capazes de não ter sorte…
E assim, teremos sorte?
Mas que não se pense que isso é o reino da facilidade. Se a Europa encontrar as soluções e a estabilidade financeira, o papel a desempenhar pelo BCE, por exemplo, vamos ter uma vida muito difícil à mesma. Simplesmente, dá-nos tempo. Portugal precisa urgentemente de tempo, com alguma estabilidade, para recuperar um pouco e pôr em ordem algumas reformas, nas empresas, na administração, nas instituições.
Não temos por onde fugir, estamos comprometidos com a troika…
Sabendo que isto é quase uma forma de protectorado. Hoje, diz-se que não é protectorado, é federalismo. Chamem-lhe o que quiserem, mas obviamente Portugal tem de estar por conta! Isto custa muito dizer. Se Portugal não quer estar por conta tem de sair de tudo, e para sair tem de pagar o ónus, tem de pagar as favas. Se Portugal fica, é neste sistema, federalista, unionista, comunitário - ok, é uma espécie de protectorado colectivo. Se conseguirmos comprar tempo e alguma estabilidade para poder fazer algumas reformas de fundo, sempre em austeridade, que não vejo alternativa, já não é mau.
A própria União Europeia está à procura de solução, financeira e política…Queriam pedir dinheiro emprestado a outros países, não sei como, que só emprestam a países com três A, ouvi eu dizer à presidente do Brasil e ao presidente da China. Para Portugal há quem sugira, em vez da Europa, fazer uma união com a Líbia, que já não é. E já foi Angola, já foi a Venezuela, que agora também já não é… Tudo isso é blá-blá, não vejo qualquer espécie de alternativa a ter um longo período de austeridade, uma preparação ao crescimento, um apoio europeu e, sobretudo, aprendermos com os erros.
A própria União Europeia está à procura de solução, financeira e política…Queriam pedir dinheiro emprestado a outros países, não sei como, que só emprestam a países com três A, ouvi eu dizer à presidente do Brasil e ao presidente da China. Para Portugal há quem sugira, em vez da Europa, fazer uma união com a Líbia, que já não é. E já foi Angola, já foi a Venezuela, que agora também já não é… Tudo isso é blá-blá, não vejo qualquer espécie de alternativa a ter um longo período de austeridade, uma preparação ao crescimento, um apoio europeu e, sobretudo, aprendermos com os erros.
Etiquetas: António Barreto, bancarrota, BCE, corrupção, Socialismo, Sócrates, União Europeia
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