20.7.07

Professor Titular

O concurso para professor titular nasceu mal. Cria injustiças óbvias e gera revolta em muitos professores. Esta carta de uma colega, dirigida à ministra da educação, reflecte bem o estado de espírito de muitos colegas que não pactuam com as arbitrariedades de uma senhora autista, arrogante e incompetente. Apesar de longa, merece ser lida. O colega VM, sempre atento, teve a amabilidade de ma enviar.

À Ministra da Educação
Av. 5 de Outubro, 107
1069-018 LISBOA

Assunto: os critérios do 1º concurso para professor titular e o
desperdício de professores

Excelentíssima Senhora Ministra da Educação,

Ensino Francês na Escola Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, e sou um dos muitos professores do 10º escalão do nosso país que não somam os 95 pontos para acederem ao 1º concurso para professor titular. Não venho lamentar-me e muito menos pedir um tratamento de excepção, antes apresentar um exemplo que ajude V. Exª a meditar sobre as injustiças dos critérios que decidiu adoptar para este concurso.
Adianto que pertenço ao grupo de professores que defendem uma avaliação séria da qualidade – e sublinho QUALIDADE - das nossas prestações profissionais e mesmo da existência de duas carreiras que se distingam, mais uma vez, pela QUALIDADE daquilo que cada um de nós sabe fazer e do modo como o faz.
Considerar apenas os últimos sete anos em carreiras com mais de trinta releva de um grande desrespeito pelo trabalho de uma vida; valorizar exageradamente cargos de natureza marcadamente administrativa em detrimento dos cargos verdadeiramente pedagógicos é negar a intenção sobejamente anunciada de conferir mais qualidade e mais sucesso à educação e ao ensino nas nossas escolas; fixar um total de 95 pontos, fasquia agora generosamente descida de um montante inicial quase inatingível, só gera injustiças num enorme grupo de professores que devia aceder a titular sem ter que saltar barreiras.
Dos critérios adoptados, Senhora Ministra, estão à vista consequências que deveriam fazer pensar o Ministério que V. Exª tutela, pois desperdiçam recursos humanos que empobrecem as nossas escolas.
E aqui chego à minha situação pessoal.
Se me permite um pequeno historial, alinho de seguida as minhas actividades dos últimos sete anos:

- Professora do 8o Grupo B do Quadro da Escola Secundária Passos Manuel - (destacada de 1999-2000 a 2003-2004 na Associação Portuguesa dos Professores de Francês; em exercício de funções de 2004-2005 a 2005-2006)
- Orientadora de estágio pedagógico de Francês da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, realizado na Escola Secundária Passos Manuel (2005-2006)
- Presidente da Comissão Executiva da Associação Portuguesa dos Professores de Francês (de 1993 a 2006)
- Presidente da Federação Nacional das Associações de Professores de Línguas Vivas (de 1995 a 2002)
- Membro do Conselho Nacional de Educação (de 1997 a 2001)
- Membro do Conselho Consultivo do Currículo Nacional do Ensino Básico (de 1999 a 2000)
- Co-autora do Currículo Nacional do Ensino Básico (de 1999 a 2000)
- Autora-coordenadora dos programas de Francês do Ensino Secundário em vigor (de 1999 a 2000)
- Formadora certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua nas áreas A34 – Francês e C05 –Didácticas Específicas (Francês), com o registo CCPFC/RFO-06415/98 (de 1998 até à presente data), com dezenas de sessões de formação contínua de professores de Línguas dinamizadas em muitas escolas do país.
- Directora do Centro de Formação desta Associação Portuguesa dos Professores de Francês (de 1999).

Todavia, poucas destas actividades contam. Algumas, como a autoria de programas, só contariam se fossem simultâneas ao trabalho efectivo na escola, o que prova que mais que a capacidade para fazer programas conta o malabarismo em gerir a multiplicidade de tarefas.

Aquela seriação pode parecer um exercício de imodéstia, mas é essencial para demonstrar que no meu percurso profissional recente houve um trabalho com parceiros muitos diversificados, forçosamente com especialistas nacionais e estrangeiros, que me ajudaram a construir um saber que aperfeiçoou muito significativamente a minha prática lectiva, me permitiu compreender a Escola e a minha profissionalidade de uma forma mais rigorosa e plural e, finalmente, me concedeu o reconhecimento por pares e superiores hierárquicos.

Ao referir o meu caso, não esqueço o de todos aqueles colegas que, tendo tido um percurso diferente, realizaram um trabalho de muita qualidade e vêem igualmente negado o acesso a um patamar que é deles de direito.
Refiro-me aos formadores de professores reconhecidos pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua que, durante anos, dinamizaram inúmeras sessões de formação contínua.

Refiro-me aos professores que publicam a sua reflexão pedagógica e didáctica (e não falo de elaboração manuais escolares, que, pela sua natureza comercial, não deveriam constituir um critério de admissão de professores) que fundamenta algumas das linhas de força de muitas decisões de política educativa.

Refiro-me igualmente aos colegas que não desempenharam cargos por terem tido horários completos, não necessitando de os “preencher” com uma direcção de turma, uma coordenação de disciplina ou outro. Infelizmente, a rotatividade quase obrigatória destes e de outros cargos de gestão intermédia das escolas tem frequentemente desvirtuado a sua vertente educativa e formadora, quase deixando de ser importantes as pessoas que os desempenham.

Onde tem estado, em muitíssimos casos, a preocupação em adequar o perfil do professor ao cargo que vai desempenhar? E nos critérios de acesso a este concurso, onde esteve a preocupação em contemplar as práticas de formação e de avaliação imprescindíveis para futuros avaliadores dos seus colegas?

Senhora Ministra, gostaria que meditasse na orientação que está a dar à vida das nossas escolas e revisse algumas das suas decisões no sentido do estímulo da qualidade e da inovação.

Assim o fez a França ao atribuir-me duas condecorações em reconhecimento do meu trabalho pela causa e pelo ensino do Francês, trabalho que o governo do meu país não valoriza.

Os meus cumprimentos

(Zélia Sampaio Santos)

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Humor



A instituição casamento está em crise, mas não é preciso ir tão longe...


(Recebida por mail. Obrigado, Paulo)

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17.7.07

Humor socrático

Quando o José Sócrates acordou, descobriu que estava sozinho no Palácio de S Bento... Não havia ministros, não havia cozinheiros. Nem contínuos, nem mesmo os seus mais fiéis assessores e ministros muito próximos ele encontrou. Sócrates pegou no carro e saiu para dar uma volta pela cidade para ver se encontrava alguém. Mas a cidade estava deserta. Não havia ninguém nas elegantes avenidas de Lisboa, e ele voltou para o palácio muito preocupado.
Daí a pouco, o telefone tocou. Era o António Costa.
- Zé? - disse o António Costa.
- É você?
- Sim, sou eu.
- Mas o que é que se passa? Não está cá ninguém aqui em Lisboa? O que houve? Assim, não pode ser. Assim, não dá!
- É claro que não há ninguém aí. Nem em Lisboa nem no resto do país, meu amigo. Tu não te lembras do discurso de ontem à noite na televisão? Tu descontrolaste-te e disseste que quem não estivesse satisfeito com o teu governo que fosse embora, que mudasse de país.
- Eu??? Eu disse isso?! E agora?... então ficamos só nós dois aqui em Portugal?
- Nós dois, o caralho!! Eu estou a telefonar de Paris!!

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Professor titular

Os professores, na sua maioria, pensam que o concurso para professor titular está, desde início, marcado por ilegalidades e injustiças, que se acentuaram no decorrer do próprio concurso. Por isso, não admira que as queixas e as denúncias a entidades diversas sejam o caminho a seguir pelas estruturas representativas dos docentes. E mais queixas se seguirão quando foram publicitadas as listas com o resultado do concurso. Fez bem, portanto, a plataforma sindical dos professores em denunciar toda a situação junto da Provedoria de Justiça e na Assembleia da República. Como se pode ler na edição on line do Público.

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16.7.07

Rita Lee - Amor é prosa, sexo é poesia

A cantora brasileira Rita Lee é um caso singular no riquíssimo património da música brasileira. Não privilegiando um único estilo musical, a sua versatilidade permite-lhe abordar tanto a Bossa Nova como o rock ou as baladas.
Em tempo de férias, deixo este trecho musical, bem de acordo com a época.Afinal...
  • Amor é novela - Sexo é cinema
  • Sexo é imaginação, fantasia
  • Amor é prosa - Sexo é poesia
  • O amor nos torna patéticos
  • Sexo é uma selva de epiléticos


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As SCUTS

Em Novembro de 2005, já o senhor Sócrates era primeiro-ministro, o deputado do PS, João Cravinho, afirmava, a propósito das Scuts:
  • «As SCUTs dão lucro ao orçamento. Em termos de emprego, os efeitos totais das SCUTs criam 66 mil empregos, dos quais 28 mil na região Centro e 24 mil em Lisboa e Vale do Tejo.»

Portanto, tudo era risonho, as virtualidades do projecto incontestáveis, introduzir portagens era considerado uma heresia. Mas já anteriormente,em 2003, o Tribunal de Contas afirmava taxativamente que as contas não estavam bem feitas e que o cenário traçado não tinha correspondência com a realidade:

  • «A derrapagem financeira verificada nesta concessão Scut é bem elucidativa da falta de rigor evidenciada, quer no lançamento do concurso e avaliação dos projectos, quer na gestão dos dinheiros públicos».

Não admira, por isso, que Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, tenha afirmado, hoje, que a introdução de portagem nas Scuts será uma realidade até ao final do ano.

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15.7.07

Eleições de Lisboa (II)

Acabou de falar o Sócrates, num palanque improvisado à frente da sede de candidatura de António Costa. Simplesmente patético. Espero que esteja disponível em suporte video para ficar registado o ridículo da situação. Vangloriar-se de "grande vitória", obtendo menos de 30% dos votos, é demagogia a mais e esclarecimento a menos.

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As eleições em Lisboa (I)

Quase que passei ao lado da campanha eleitoral para a autarquia lisboeta. E só, hoje, por volta das 20.15, é que comecei a assistir às previsões dos resultados. Até que, às 20.30 horas aparece nas televisões o "seminarista-mor" da República. Francisco Louçã, esse mesmo. As primeiras afirmações confundiram-me! O discurso do homem contradizia tudo o que as sondagens indiciavam. Afinal, ia haver um "terramoto político nas direitas" e o Zé Fernandes tinha obtido uma grande vitória. É preciso descaramento. A leitura que faço é bem diferente:
  • A primeira vitória, preocupante, é a da abstenção. Mais de 63% de eleitores mandaram os candidatos à fava, a todos, sem excepção.
  • Por ter maior número de votos, António Costa pode cantar vitória. Muito longe do que os estudos de opinião previam, alguns apontando mesmo para o limiar da maioria absoluta, conseguiu 30% na votação; Chamar-lhe-ia uma vitória de Pirro.
  • Pesadíssima derrota do PSD. Com um candidato cinzento, sem qualquer carisma no eleitorado social democrata, mal preparado para os debates onde interveio, vai contribuir para o esvaziamento político do próprio líder que, a partir de agora, vai estar sob fogo cerrado dos "candidatos a candidatos" a presidentes do PSD.
  • Derrota do Bloco de Esquerda e do "socialismo democrático !!!" (palavras de Louçã) e do Zé. Porquê? Com o estado calamitoso a que chegou a Câmara de Lisboa, com os escândalos que a fragilizaram, esperava-se muito melhor desta candidatura. Não é de somenos importância referir que o Zé anda em campanha eleitoral há mais de 2 anos. O que fez ele durante este tempo todo, a não ser conseguir tempo de antena na imprensa e fazer passar a sua mensagem? Obter um resultado de 7,5% é muito pouco para tanto berreiro!
  • Resultados razoáveis, em certa medida, meias-vitórias de Helena Roseta, Rúben de Carvalho e Carmona Rodrigues, sobretudo deste último que, insistindo num discurso de vitimização, conseguiu um resultado que nunca esperei.
  • Derrota para o candidato do CDS e para Paulo Portas, que se envolveu a fundo no seu candidato. A demagogia tem limites.

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Livro do Desassossego

"Reconheço hoje que falhei; só pasmo, às vezes, de não ter previsto que falharia.Que havia em mim que prognosticasse um triunfo? Eu não tinha a força cega dos vencedores ou a visão certa dos loucos...Era lúcido e triste como um dia frio."



Fernando Pessoa/Bernardo Soares, in Livro do Desassossego

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12.7.07

Choque tecnológico

O Sócrates, temporário primeiro-ministro de Portugal, elegeu como bandeira, na campanha eleitoral, o choque tecnológico! Residiria aqui o avanço do país, rumo à modernidade. Na escola onde lecciono, realizam-se as inscrições dos candidatos ao ensino superior. Tanto ontem como hoje, filas e filas intermináveis, sob a torreira do sol. O ministério do ensino superior disponibilizou a inscrição via internet. Deveria ter entrado em funcionamento na segunda-feira. Nesse dia, foi anunciado que estaria disponível na terça. Na quarta-feira deixou de funcionar. Instado a pronunciar-se, o responsável pela direcção-geral do ensino superior mandou recado:
  • " O sr. director liga depois."

Estava off. Merda para o choque tecnológico.

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Marques Mendes. Mentes?

Há em Portugal uma má impressão dos políticos. Talvez não seja exclusivo do país, mas cada vez mais estes tomam atitudes e evidenciam comportamentos reprováveis. Marques Mendes é um aspirante a primeiro-ministro, mais não seja porque é o presidente do maior partido da oposição. Como tal, devia dar exemplos. Ele e todos os outros. Veio agora a público a questão das remunerações a ele devidas por ter sido professor na Universidade Atlântica. Tendo leccionado durante alguns anos nesta instituição, justo seria que recebesse a contribuição devida. Mas esta gente dá sempre a volta ao texto. Inventam-se processos mais ou menos legais para ganhar o máximo e pagar o mínimo. Como a fixação de um vencimento mensal implicaria descontos vários, entre eles um devido à segurança social, há que contornar a lei , sem infringir a lei. Paga-se com senhas de presença, para refeições e para combustíveis! E está feito. Tudo legal, tudo transparente!
Os funcionários públicos, como eu, pagam, muito, e não bufam! Pode o senhor Marques Mendes vir a terreiro justificar esses procedimentos e sacudir a água do capote. Não convence ninguém.
E anda esta gente a pugnar pela reforma da segurança social e a exigir medidas que a salvem da proclamada falência. Não é com exemplos como este que ganham credibilidade.
Mas outro facto se deve acrescentar à notícia. A Universidade Atlântica tem, como sócio maioritário, a Câmara Municipal de Oeiras, presidida por Isaltino Morais, indiciado em vários crimes de fuga ao fisco. Como Marques Mendes lhe retirou o apoio político aquando da sua recandidatura à autarquia, aparecem estas fugas para a imprensa. A vingança serve-se fria.

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11.7.07

Pagamento em géneros



Não está certo! Com os milhões obtidos nas recentes transferências de jogadores, Pinto da Costa continua a pagar em géneros...

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10.7.07

Lobo Antunes

A TSF tem, há muito, um excelente programa de entrevistas que ouço sempre que posso. Chama-se "Pessoal...e Transmissível"e passa de segunda a sexta. Tem disponível uma entrevista a Lobo Antunes, feita há algum tempo, que vale a pena re(ouvir). Aqui.
  • "O que é um bom livro, António Lobo Antunes?"
  • "É um livro que foi escrito só para mim."

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Governo e sindicatos

Depois do meu último comentário, acabo de ouvir na SIC-Notícias que os sindicatos que integram a frente comum, afecta à CGTP, não assinaram qualquer acordo com o governo. Valha-nos isso!

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O governo e os sindicatos

Há uns tempos atrás, os sindicatos da função pública eram unânimes na reprovação do novo sistema de carreiras e avaliação dos funcionários públicos. Altamente penalizador, o novo estatuto lançava pesado anátema sobre os trabalhadores. Mais tarde, achei bastante intrigante que, à saída de mais uma reunião com o governo, alguns sindicalistas tenham invertido o discurso e até admitido assinar acordos com o executivo. Mantendo este a intenção de manter as célebres cotas na promoção dos funcionários, entre outras medidas discriminatórias, causou-me alguma perplexidade este recuo sindicalista. Talvez a notícia de hoje, no jornal Público, explique esta mudança de atitude. Na versão agora apresentada, o governo "seduz" os sindicatos ao deixar bem explícito que a função sindical será elemento a considerar na avaliação curricular dos funcionários. Que os sindicalistas não possam ser prejudicados por desempenho da sua actividade, concorda-se; que esta pescadinha com rabo na boca sirva de pressão para se aparecer na televisão a celebrar acordos que continuam a prejudicar a grande maioria dos funcionários públicos, isso nunca!

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9.7.07

UH! UH! UH! ABAIXO, ABAIXO A LIBERDADE!

"Estádio do Benfica, 7 de Julho de 2007, a multidão assobiou a Estátua da Liberdade. Não a assobiou por boas razões e havia uma: a estátua era a pior equipa no Campeonato das Maravilhas."
Pois é, Ferreira Fernandes escreve, mais uma vez bem, e não o politicamente correcto. O restante da crónica pode ser lido no DN.

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7.7.07

Eleições para a Câmara de Lisboa

António Costa deixou o governo para se candidatar à presidência da câmara municipal de Lisboa. Sá Fernandes era vereador nessa mesma câmara e resolveu também candidatar-se. Costa, num acto de misericórdia, pegou em quatro assessores e despachou-os para o grupo parlamentar do partido socialista. Sá Fernandes, num acto de caridade marxista, alugou uma carrinha e deu guia de marcha a dez assessores para o grupo parlamentar do bloco de esquerda. A propósito, quantos deputados tem este partido político? E quantos assessores?
Até prova em contrário, estes senhores são de "esquerda", tiveram foi uma deriva de "direita". A notícia não é inventada, tem suporte no Diário da República.

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6.7.07

O calendário escolar

Em Portugal, muitas vezes, releva-se o acessório em detrimento do essencial. Somos um povo que dá demasiada importância a pormenores para esconder, muitas vezes, a incapacidade de tomar decisões. Hoje o Correio da Manhã traz uma notícia que espelha, de certo modo, essa pequenez. O ministério da educação estebeleceu há uns tempos o calendário escolar para o próximo ano lectivo. É, para mim, uma decisão meramente administrativa e, mais dia menos dia, já há uns anos que estamos habituados a essas datas. Parece que, segundo a lei, o governo seria obrigado a ouvir os sindicatos sobre tão relevante assunto! Segundo consta, desta vez a senhora ministra não procedeu assim. Pois não tardaram as reacções sindicais. Tanto a Fenprof como a FNE vieram a terreiro insurgir-se contra tal desconsideração. A Fenprof, valorizando tal acto, apresentou queixa na Provedoria de Justiça! Bem sei que a atitude do ministério tem sido de desprezo pelas organizações sindicais, e este gesto pode ser entendido nessa estratégia, mas não poderão os representantes dos docentes preocupar-se com outros assuntos e deitar para trás das costas estas questões de lana caprina?
Haja um certo decoro nestas questões que só apoucam os sindicatos, já com má imagem, em muitos sectores da sociedade.

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Porquê?

Saíram hoje as classificações referentes à 1ª fase dos exames nacionais dos 11º e 12º anos. O site da minha escola tem um texto justificativo(?) para a não permissão da publicação on line dos resultados dos alunos da escola.
  • "Depois de consultado o Júri Nacional de Exames, NÃO nos foi permitido disponibilizar online as Classificações da 1ª fase dos Exames Nacionais, referentes aos alunos que realizaram as provas na Escola Secundária de Emídio Navarro. Estas classificações estarão disponíveis ao PÚBLICO EM GERAL, no dia 6 de Julho, nos locais habituais, na ESEN."

Não se entende tal procedimento!

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5.7.07

Curiosidaddes

Em quase todos os idiomas europeus, a palavra NOITE é iniciada pela letra N + o número 8...
A letra N é o símbolo matemático de infinito e o 8 deitado também simboliza infinito, ou seja, noite significa, em todas as línguas, a união do infinito!!!
  • Português: noite = n + oito;
  • Inglês: night = n + eight;
  • Alemão: nacht = n + acht;
  • nuit = n + huit;
  • Italiano : notte = n + otto

(Recebida por mail. Obrigado FR)

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Humor


Com o início da nova temporada futebolísticas, todos os cuidados são poucos para afinar a máquina e testar as individualidades que compõem o plantel. O Benfica não é excepção, como se demonstra no exemplo.
(Recebida por mail. Obrigado, FR)

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4.7.07

Tiques pidescos do governo

Vivi com algum fervor os tempos revolucionários, o famoso PREC. Andei em manifestações, gritei, insultei, mandei os "comunistas para a Sibéria"...Que eu saiba, nunca me filmaram em manifestações, nunca fui notificado para ir a tribunal por ter proferido insultos contra Otelo, Vasco Gonçalves e outros líricos daqueles tempos.
Aquilo que se está a passar nos dias de hoje é preocupante e diz bem do carácter da gente que nos governa. Começo a acreditar que os vários episódios que têm acontecido, alguns deles aqui denunciados, não devem ser vistos como gestos isolados, mas como uma estratégia bem urdida para calar vozes discordantes. Hoje a imprensa relata mais um caso. No passado mês de Outubro, o governo de Sócrates decidiu reunir, em conselho de ministros, na cidade de Guimarães. Houve uma pequena manifestação que gritou palavras de ordem contra a política seguida pelo govern. Manifestação filmada, relatórios enviados para o ministério público pelo zeloso governador civil de Braga. Perguntado se houve palavras injuriosas para o primeiro-ministro, afirma:
  • Eu não posso fechar os olhos às coisas, e se não tivesse feito nada não estava a cumprir as minhas funções”;
  • "Fotos da manifestação foram passadas à lupa (...) apenas foi possível identificar os dirigentes sindicais mais conhecidos" - afirmou fonte judicial;

Até jornalistas, que se encontravam a fazer reportagem, foram convocados pelos tribunais a fim de se tentar obter mais fotos de tão perigosos criminosos!

Rezam ainda as crónicas que a socrática figura ficou "profundamente irritado" com os impropérios daquela gente. Resta acrescentar que os manifestantes identificados incorrem em prática de crime de difamação e injúria.

Mais comentários para quê? Apenas referir que somos governados pela pior classe política a seguir ao 25 de Abril, gente sem escrúpulos, sem vergonha, sem tolerância democrática. Tudo lhes serve para apertar a corda à liberdade que ainda resta.

Para que esta gente não esqueça o sentido da palavra LIBERDADE, deixo a canção com o mesmo título, cantada por Sérgio Godinho.


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3.7.07

A camisola rosa do SLB

Bem sei que o Gato ajuda muito, mas não há força que consiga parar o Glorioso. Ter 100 mil visitas no 1º dia em que esteve disponível no portal "Sapo" é obra!


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2.7.07

Prémio Champalimaud

Portugal é um país de invejosos! Habituados durante 50 anos ao estigma da pobreza, sempre lidámos mal com os ricos. Ainda hoje olhamos de lado para a casa que o vizinho comprou, para o carro com que passeia aos fins de semana. Parece genético. Vem isto a propósito da Fundação Champalimaud. O seu patrono foi uma figura controversa. Detestado pela esquerda, olhado com algum desdém pela direita, foi, talvez, o homem mais rico do país. Decidiu, por testamento, doar parte da fortuna para a criação de uma fundação que se dedicasse à investigação científica, sobretudo no campo da biomedecina. Esta Fundação instituiu um prémio anual, no valor de um milhão de euros, para organizações que se destacassem nesse campo de pesquisa. Soube-se agora que o galardoado foi o Aravind Eye Care System, centro hospitalar situado na Índia rural. Apenas alguns números que servem para ilustrar o trabalho deste complexo hospitalar no campo da oftalmologia, área a que se dedica.
  • Cinco hospitais integram este centro;
  • Centro de produção de produtos oftalmológicos;
  • Entre Março de 2206 e Abril de 2007, foram atendidas 2 milhões e 300 mil pessoas e feitas 270 mil cirurgias;

O jornal Público( sem ligação) trazia hoje uma interessante reportagem sobre o assunto.

Nós, portugueses, temos, entre nós, um bom exemplo de filantropia. Também Calouste Gulbenkian nos legou uma fundação que, durante décadas, nos tirou do quase marasmo cultural em que vivíamos, e ainda hoje é indispensável no campo das artes, das letras e das ciências.

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1.7.07

A entrevista da D.Milu

A ministra da educação deu hoje uma entrevista ao Jornal de Notícias. Sem grandes novidades. Ainda bem, acrescento. Esta senhora tem tomado tantas medidas contra a escola e os professores que estamos quase sempre à espera do pior. Mas continua teimosa e arrogante nalguns pontos. Quando questionada sobre o "caso Charrua", mantém a versão oficial e alija responsabilidades, atirando a culpa para a pressão da opinião pública. Em relação à repetição dos exames de Química, nem mesmo depois da tomada de posição do Tribunal Constitucional se ouve uma palavra de arrependimento ou de dúvida. A mesma certeza a roçar a arrogância.
Questionada sobre o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano, pelo menos reconhece o papel que as escolas têm tido no desenvolvimento do processo.
  • Considera possível nesta legislatura lançar a discussão e concretizar a medida?
  • Acho, porque o sistema reagiu muito mais rapidamente do que supunhamos no início. As escolas organizaram-se e diversificaram a oferta formativa - e nesse sentido penso ser possível ainda durante esta legislatura promover a discussão e tomar a decisão sobre o 12º ano.

Já uma outra medida anunciada promete muita polémica, mas neste ponto dou-lhe o benefício da dúvida, para não dizer que lhe dou razão. Também considero necessária a realização de uma prova de ingresso na carreira. Se há muito tivesse sido feita, muitas turbulências se teriam evitado...

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