aquece-me da vida, do vazio que tão bem connheces,
partilhado contigo, sentido neste sem-tempo.
vem e aquece-me por dentro, nos cantos da alma fechada, escura,
protegida do cheiro a mofo, o mofo da tranquilidade, da regularidade,
desta sina de sorrir pela vida com os olhos rasos de lágrimas
e dizerem-nos que o nosso olhar engole o mundo em tamanho
e nós apenas sentirmos a indiferença que o exterior semeia em nós.
e aquece-me ainda o corpo, morto,
inerte na defesa da corrupção do sem-amor...
sente-lhe os contornos, a frieza, a insensibilidade.
e faz-lhe o amor que não conhece,
grava-lhe as carícias que transportas na ponta dos dedos,
nas mãos, na saliva com que o regas...
e quando ele se contorcer sob ti,
qual lava escorrendo em desejo, não lhe resistas.
deixa-o explodir louco e inconsciente,
teu amante como só tu o mereces.
Etiquetas: amor da minha vida