30.10.08

Protesto na ESEN

Mais de 140 professores, num universo de 160, da Escola Secudária de Emídio Navarro - Viseu, entregaram hoje, no conselho executivo, um abaixo-assinado onde requerem aos órgãos competentes a suspensão do processo de avaliação de desempenho.
A decisão sustenta-se nas razões abaixo referidas:
Os professores da Escola Secundária de Emídio Navarro que assinam infra solicitam ao Conselho Geral Provisório, ao Conselho Pedagógico e ao Conselho Executivo a suspensão do processo de avaliação de desempenho, e:

1. Declaram o seu mais veemente protesto e desacordo face ao Modelo de Avaliação de Desempenho introduzido pelo Decreto Regulamentar nº 2 / 2008, tanto mais que tal documento configura uma lógica burocratizante, economicista, punitiva, anti-pedagógica e normalizadora, afastando os docentes das mais do que importantes tarefas pedagógico-didácticas.
2. Rejeitam uma divisão artificial e administrativa da carreira em professores titulares e professores, ao ter-se valorizado um espaço temporal arbitrário e subvertido, em muitos casos, a formação científico-pedagógica e académica.
3. Consideram ilegítimo que a avaliação de desempenho e a progressão na carreira dependa de parâmetros como, por exemplo, o sucesso escolar, o abandono e as classificações dos discentes, sabendo-se que tais itens escapam ao controlo dos professores, bem como lamentam que a graduação profissional possa ser adulterada por variáveis avaliativas mais do que discutíveis.
4. Acham ilegítimo que direitos constitucionais sejam postos em causa, como acontece com a introdução de regras de assiduidade que punem as faltas por doença, maternidade e paternidade, participação em eventos culturais, actos académicos, acções sindicais e associativas, obrigações inadiáveis ou nojo, impedindo uma avaliação justa e equilibrada.
5. Não aceitam um modelo que preconiza uma avaliação entre pares, porque, adveniente de fractura artificial, reproduz a injustiça até ao limite, havendo avaliados e não avaliados, especialistas e não especialistas, sabendo-se que, em curto espaço de tempo, o que entre nós houve foi uma inopinada subversão e “uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma” – alguém, de facto, está mais científico, mais competente, mais sabedor, mais pedagógico e menos estatístico?
5. Rejeitam um regime de quotas que obriga a manipular os resultados da avaliação, assim se criando injustiças insanáveis e situações de conflito desagradáveis.
6. Enfim, encontram no “anti-modelo” apressado preconizado por este Ministério um claro exemplo de formulação eivada de limitações, arbitrariedades, incoerências e injustiças, lembrando, em passo final, que nada fazer com este modelo pouco modelar é o trabalho que resta aos professores, que continuarão a trabalhar com os seus alunos dentro e fora das salas de aula, como sempre fizeram, afinal.


Escola Secundária de Emídio Navarro
Viseu, 30 de Outubro de 2008

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Avaliação de professores


Já começámos...e não vamos parar!

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29.10.08

Avaliação de professores

Muitas vezes aparecem na caixa de comentários bons textos que passam despercebidos aos leitores do blogue. É o caso deste que tomo a liberdade de publicar. O comentário pertence a um dos colaboradores deste espaço, Almàjanela no caso em questão.
Vais-me desculpar, Fernanda, nem sequer te pedi autorização para o fazer, mas considero o teu desabafo pertinente e actual.
"Não falo sobre avaliação de professores. sempre se considerou algo necessário, proferido e desejado pela boca de alguns, talvez muitos, colegas. o presente modelo é injusto, é a prova de como se legisla neste País sem conhecimento do terreno nas mais variadas áreas... pena é que a mensagem que tenha passado desde o início seja a de que os profs não querem ser avaliados. actualmente, afecta-me, desgosta-me a atitude adoptada por certos titulares e coordenadores que exercem já o seu poder marcando, repetindo de forma prepotente, ainda que indirecta, que depende deles pois têm a faca e o queijo na mão. os mesmos, alguns, que durante muito tempo se viram relegados para segundo plano porque tinham apenas um bacharelato ou pouco tempo de serviço. e com os requisitos definidos no processo passaram à frente de licenciados e de (quase)topos de carreira. eu sei, também aqui é a injustiça deste modelo. mas e o bom-senso, a humildade, como podem pessoas assim avaliar e formar jovens?mesmo que queiramos negá-las, as coisas existem e sabemos que é assim que funcionam. o ambiente nas escolas tende a piorar, é verdade, mas também porque são os nossos pares a dificultarem-nos a vida. perdoa-me o desabafo mas há sempre o outro lado das coisas, da primeira linha."

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28.10.08

Avaliação de professores - a oposição aumenta...

aqui se referira que a área disciplinar de Matemática , da Escola Secundária Emídio Navarro-Viseu,-ESEN-decidira, por unanimidade, não aprovar os instrumentos de avaliação, nomeadamente as fichas de avaliação de objectivos individuais.
Foram vários os argumentos invocados para o efeito. Destaco alguns, por me parecerem os mais pertinentes:
"Relativamente ao ponto 3., ( Análise da Ficha de Objectivos individuais) todos os professores desta área disciplinar, abaixo assinados, entenderam e decidiram, por unanimidade, recusar peremptoriamente fazer qualquer análise do(s) documento(s) em questão.
Os professores declararam o seu mais veemente protesto e desacordo perante o novo Modelo de Avaliação de Desempenho introduzido pelo Decreto Regulamentar n.º 2/2008. (...)
Os professores abaixo assinados de modo algum rejeitam ser avaliados; antes pelo contrário. Mas exigem, sim, uma avaliação construtiva, não burocrática, que não perca de vista o objectivo principal da Escola – o aluno, o seu direito a aprender e a tornar-se num cidadão melhor. Exigem que o processo de avaliação, em todos os momentos, seja exigente e honesto.

Mas isso nada tem a ver com este modelo, agora proposto, que além de envolver uma burocracia levada ao limite, está completamente desajustado aos fins a que se destina:

- A existência de duas “categorias” de professores criadas, em nosso entender, sem qualquer critério de rigor científico e pedagógico, assim como a existência de quotas, criaram mal estar geral e um precedente de injustiças impossível de ultrapassar.

- A avaliação entre pares, tal como este modelo a determina, não é sustentada por um reconhecimento válido e validado de autoridade e, em vários casos, até de competência dos avaliadores indigitados.

- Há critérios de avaliação de desempenho dos professores, nomeadamente no que respeita ao abandono escolar e aos planos de recuperação/acompanhamento cujo cumprimento/resposta não depende do professor nem, na maior parte dos casos, da Escola – é um problema da Sociedade que se arrasta para a Escola e cuja solução está fora do seu alcance.

- A avaliação e progressão na carreira dos docentes depende da avaliação atribuída aos seus alunos e ao sucesso destes.

- Há direitos protegidos e consagrados constitucional e universalmente, como sejam a maternidade/paternidade, a doença, o nojo, a participação em eventos de reconhecido interesse social e científico/cultural, que são objecto de penalização na avaliação do professor e, consequentemente, na sua progressão ( basta sublinhar a obtenção de pontos em função das classificações de Muito Bom (2 pontos) e Excelente (3 pontos)).

- O número excessivo de exigências que são atribuídos aos professores, assim como a falta de condições/espaços mínimos de trabalho na Escola.

Expostas que estão as principais razões para a tomada de posição acima referida, vêm os signatários propor a suspensão deste processo de avaliação do desempenho e solicitar ao Conselho Pedagógico a suspensão das iniciativas relacionadas com ele.


Os professores da área Disciplinar de Matemática presentes na reunião

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Avaliação de professores - incongruências

A situação que se vai referir não é de ficção. Acontece em várias Escolas e é bem o exemplo das incongruências e arbitrariedades a que o novo sistema de avaliação de professores conduz. Atente-se no seguinte exemplo:

- O presidente do conselho executivo de uma escola ser um professor não provido como titular;

- O subcoordenador de área disciplinar também ser não-titular. Por via disso, este último está impedido de intervir na avaliação dos seus pares e tem de delegar competências num outro colega que seja titular.

- Na avaliação final do docente, o presidente do conselho executivo ( no caso, professor não titular) tem, por força de imperativo legal, de proceder à avaliação do docente.


Dois pesos e duas medidas...ou como se legisla em cima do joelho.

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27.10.08

O protesto nas Escolas - a luta continua

A lista que se segue começa a dar uma ideia da oposição ao modelo de avaliação proposto pela actual equipa do ministério da educação. Escolas onde o processo de avaliação se encontra parado, suspenso ou levou à demissão de avaliadores.

Agrupamento de escolas António José de Almeida, em Penacova
Agrupamento de escolas nº 1 em Beja - Santa Maria
As duas escolas secundárias da Amadora
Agrupamento de escolas de Azeitão
Agrupamento de escolas de Vila do Bispo
Agrupamento de Escolas de Armação de Pêra / Algarve
Agrupamento das Escolas de Ourique / Alentejo
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
Agrupamento de Escolas de Vouzela
Agrupamento de Escolas de Forte da Casa / Lisboa
Agrupamento Vertical Escolas de Azeitão
Escola Secundária Jaime Magalhães Lima / Aveiro
Escola de Aradas / Aveiro
Escola Secundária D. João II / Setúbal
Escola de Arraiolos
Escola Secundária c/ 3ª ciclo Manuel da Fonseca / Santiago do Cacém
Escola Secundária c/ 3º ciclo Rainha Santa Isabel /Estremoz
Escola B1 de Sta Marisa de Beja - Demissão do Conselho Executivo e de todos os Órgãos intermédios
Escola Alice Gouveia / Coimbra
Escolas do Concelho de Chaves
Escola Secundária da Amadora / Sintra
Escola EB23 DR. Rui Grácio / Sintra
Escola Secundária Ferreira Dias / Cacém
Escola secundária c/ 3ª ciclo Camilo Castelo Branco / Vila Real
Escola Secundária Dr. Júlio Martins / Aveiro
Escola Jaime Magalhães / Aveiro
Secundária Alcaides de Faria / Barcelos
Departamento de Expressões da Escola Eugénio de Castro / Coimbra
Departamento de Expressões da Escola Secundária Filipa de Vilhena / Porto
Departamento de História, Filosofia e E.M:R. da Escola Secundária de Odivelas
Declaração da Demissão de Avaliador do Prof. José Maria Barbosa Cardoso,
Declaração de Demissão da maioria dos professores Avaliadores n/ Coordenadores, da Escola Secundária Camões

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Agressões em Escola de Beja

E que comentários merece esta notícia aos responsáveis do ministério da educação?

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26.10.08

Manuela Ferreira Leite

Manuela Ferreira Leite não é uma figura simpática. Nos dias que correm, ter uma boa imagem conta. Basta ter em atenção que, tanto Santana Lopes como Sócrates saltaram de comentadores televisivos, onde contava mais a imagem do que a mensagem, para o cargo de primeiro-ministro. Daí que a comunicação social seja muitas vezes injusta com o que a actual líder do PSD diz ou não diz. Mas de vez em quando é preciso haver uma voz que avise e chame a atenção para problemas que, na voragem do eleitoralismo fácil, se tentam esquecer.
O problema da selectividade dos investimentos em projectos megalómanos merece reflexão. Como o Estado precisa de se endividar para a realização dessas obras, tem todo o sentido o alerta de Ferreira Leite.
"Não somos contra as obras públicas, desde que não precisemos de ir buscar dinheiro a crédito. Estamos de tal forma endividados que isso seria afundar o país", referiu, reiterando que o nível de endividamento externo do país é "uma situação gravíssima".
Ler mais aqui.

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Porque hoje é domingo

“Há pessoas que gostam de fazer striptease emocional. Eu nunca fiz e é assim que quero continuar.”

Sofia Grilo, actriz

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Ah, grande Leixões!


Depois disto, Pinto da Costa terá dito:

" Hoje, em vez do calor da noite, senti suores frios, carago!"

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25.10.08

O azar do morto

A notícia que qualquer pessoa que venha a falecer numa ambulância do INEM não pode continuar no veículo, é, no mínimo, surrelista. Mas que aconteceu, aconteceu, conforme notícia do Público. E se isto tivesse acontecido no tempo do anterior ministro da saúde, Correia de Campos?

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Este Sócrates!

Este primeiro-ministro é um espanto.Diz ele sobre a actual crise

"Uma lição para quem achava que o Estado não devia intervir no mercado."

Se tinha essa certeza por que razão não interveio antes de a crise acontecer? Por que não agiu em vez de reagir? A pulsão estatizante veio ao de cima ou será mero oportunismo político? Eu também concordo que o Estado deve ter um papel regulador no mercado. Discordo completamente que seja o motor da economia. Ou essa intervenção do Estado fica-se pela realização de grandes obras públicas que vão beneficiar as grandes empresas de construção civil? É que depois a gente lê esta notícia e fica desconfiado dessa intervenção do Estado...

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24.10.08

A Frase

Tenho tido o privilégio de, nas últimas sextas-feiras, ir almoçar com os meus pais. Hoje não foi excepção. Nos seus 87 anos, a minha mãe saiu-se com este dito popular. Com um beijinho para ela e meu pai, a frase da semana, em forma de quadra popular

A preguiça tinha sono
Foi pra cama e se deitou
Com preguiça de se erguer
Nunca mais se levantou.

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À atenção da D.Milu

Cada vez mais a oposição, nas Escolas, às políticas prepotentes da actual ministra da educação, ganha forma. Também na minha escola, a área disciplinar de Matemática rejeitou, por unanimidade, as propostas ou fichas ou indicadores ou metas ou seja lá o que for, para a avaliação de desempenho.

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China Selvagem (II)

País imenso, com muitos recursos.

País fechado, policiado, informação censurada:porquê?

Não convém que se saibam as crueldades, as desumanidades escondidas.

Este vídeo é um exemplo das mentalidades cultivadas por um regime assente no materialismo que despreza valores civilizacionais básicos.
Ver o video via marthacolmenares.

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Perseguição aos Cristãos (II)

A tragédia continua.
Filipinas: Terroristas Islâmicos assassinaram milhares de indefesos Cristãos, recrutando crianças para a guerrilha.
http://www.persecution.org/suffering/newssummpopup.php?newscode=8757&PHPSESSID=f1763c36e4ccc800627ccd2a81e7e149

China: Província de Xinjiang, de etnia Uighur de maioria islâmica, Cristãos enfrentam pena de morte acusados de rezar e pregar:
http://www.persecution.org/suffering/newssummpopup.php?newscode=8765&PHPSESSID=f1763c36e4ccc800627ccd2a81e7e149

Sudão: A crueldade da Sharia também atinge Cristãos:
http://xinhuar.blogspot.com/2008/10/la-persecucin-de-cristianos-en-sudn.html

Enfim, em todo o Mundo:
http://xinhuar.blogspot.com/2008/10/la-persecucin-de-los-cristianos-en-el.html

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Obama e Sarah Palin

Quase todos os dias há "notícias" sobre Sarah Palin tentando denegrir a sua personalidade e carácter. Pelos vistos, a sua escolha por McCain enfureceu a hipocrisia instalada em alguns media USA, mas também da UE e muito em especial na esquerda snob, pedante e medíocre que se acha "elite" em Portugal.
E sobre Obama? Nada! Só maravilhas de "change".
Mas pesquisando melhor encontram-se ideias curiosas como neste "site" de apoiantes de Hillary Clinton que afirmam ir votar McCain:
http://www.hillaryclintonforum.net/discussion/showthread.php?t=25377

Por acaso, até prefiro que ganhe Obama, não pelas polítas que defende ( teorias bonitas de mudança sem nada de concreto), mas pelo entusiasmo que provocou em muitos sectores-jovens, por exemplo-que voltaram a acreditar nos valores da participação política, democracia, pluralismo, separação de poderes, justiça.
Mas a sanha persecutória contra Sarah ( que até envolveu o filho com síndrome de Dow, o cúmulo da desumanidade) diz muito da falta de honorabilidade e carácter que anda nos "media".

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22.10.08

Tolerância Ateísta e Islâmica

Todos sabemos que o ateísmo radical anda de mãos dadas com o Islão; são os ateus radicais quem mais propaganda faz da "religião da paz" em Portugal e na UE, quem sempre arranja desculpas e compreensões para as atrocidades islâmicas.
Chegam ao ponto de acreditar no Além do Islão (AH! as 72 virgens!), como Miguel Portas, Cláudio Torres e Adalberto Alves- ateus confessos e militantes e crentes do Al Corão.
Vejamos então:
Espanha-feministas queriam deitar fogo a Igrejas católicas:
http://defesadafe.blogspot.com/2008/10/feministas-espanholas-convidam-queimar.html
Sudão:mais de 35 mulheres foram presas por usarem calças justas, acusadas de perturbar a paz, exacto, a paz dos Ayatollahs, da sharia, do Islão da paz; testemunhas viram raparigas serem empilhadas em camiões como animais (como será onde não há testemunhas?). In "CM" de 7.10.
Líbano: mulher e filho de oito anos fogem da sharia e pedem asilo político em Londres. E nós julgávamos que o país do cedro era tolerante e pluralista:

http://www.msnbc.msn.com/id/27320438/
Afeganistão: Jornalista condenado à morte (comutada em 20 anos de prisão) por escrever que o irmão perguntou numa aula sobre os direitos das mulheres na sharia/Corão:
http://www.msnbc.msn.com/id/27297183/

Malalai Kakar, célebre mulher-capitão por defender os direitos das mulheres, assassinada:

http://www.e-libertad.es/yolanda/?p=264

As feministas, os "progressistas", enfim, o ateísmo militante considera tudo isto tradições que temos de respeitar; e portanto, não se devem denunciar como aberrações do séc XXI.
O post não se pode alongar mais; mas as denúncias destas civilizações vão continuar.

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Peter Mandelson Intoxicado na China

Peter Mandelson é sobremaneira reconhecido como excelente estratega político.
Foi com Tony Blair; quando a ala esquerda do Partido Trabalhista começou a intrigar contra o Tony e a favor do Gordon, Peter foi enviado para a Comissão Europeia.
Agora, Gordon Brown chamou-o para Secretário de Estado para tentar bater David Cameron.
Envolvido nos meandros da política, Peter foi até à China Comunista; consta que têm muito $$$ qua faz falta aos bancos Ocidentais.
Fazendo valer os dotes de diplomata, Mandelson quis agradar aos dirigentes chineses comendo na TV estatal um yogurte para demonstrar que o leite chinês não é tóxico.
Resultado: está em Londres hospitalizado com cálculos renais causados por leite contaminado!
http://xinhuar.blogspot.com/2008/10/la-leche-olmpica-estaba-contaminada-con.html

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Baptista-Bastos e as casinhas...

"A TVI exibiu, há pouco, uma reportagem de Rui Araújo, na qual a fome e o medo eram questões fundamentais. É um documento terrível. Araújo conta que, na Cova da Beira, há quem sobreviva com 80 cêntimos por dia, e os mais afortunados com três euros. (...) Que nos oferecem José Sócrates e Manuela Ferreira Leite?"
Baptista-Bastos, crónica no DN
Nem uma casinha, a preços de saldo, numa qualquer zona nobre de lisboa, conforme se pode ler aqui.

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Cavaco e as mensagens

Com a ida de Cavaco Silva para a Presidência da República inaugurou-se um novo estilo de fazer política. Há um diploma para promulgação, o Presidente tem dúvidas sobre a constitucionalidade ou as opções políticas decorrentes do mesmo, o que tem a fazer é enviar o diploma para a Assembleia da República ou para o Tribunal Constitucional. Se depois disso continua a manter fortes reservas, resta-lhe o veto político, com todas as consequências que daí advêm. Não pode é promulgar e emitir um comunicado onde refere
"novo regime jurídico do divórcio irá conduzir na prática a situações de profunda injustiça, sobretudo para aqueles que se encontram em posição de maior vulnerabilidade, ou seja, como é mais frequente, as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores.";
"A profunda injustiça da lei emerge igualmente no caso de o casamento...";
(...) "Presidente da República considera ter o imperativo de assinalar aos agentes políticos e aos cidadãos os potenciais efeitos negativos do presente diploma, em particular as profundas injustiças para as mulheres a que pode dar lugar."
Também subscrevo todas as reservas que manifesta em relação à nova lei do divórcio, mas parece-me que as divergências políticas devem ser assumidas e, em casos de manifesta oposição, não se promulgar.
Já agora, puxando a brasa à minha sardinha, também o edifício legislativo em que assenta o novo Estatuto da Carreira Docente é gerador de "profundas injustiças" e não se viu essa preocupação... com ou sem mensagens aquando da sua promulgação.

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21.10.08

Avaliação de professores

Depois de um dia na Escola, é, de certo modo compensador, saber duas coisas.
A ministra parece que reuniu um grupo de professores, preocupada que está com o modelo de avaliação que pretende implementar e que parece não andar. E, segundo relato da imprensa, está a ficar demasiado nervosa com os problemas que se estão a colocar no terreno. Parece que está a pensar num qualquer simplex aplicado à avaliação e em enviar "mensageiros" às escolas a fim de agilizar os processos. Parece...Esta ministra vive no tempo do parece...
Outra notícia tem a ver com as manifestações marcadas para 8 e 15 de Novembro. Seria bom que se encontrasse uma forma de entendimento para uma acção única. No caso em questão, o adversário (inimigo ?) é o mesmo. Talvez valha a pena esse esforço de aproximação.

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Perseguição Aos Cristãos

O título do post já não identifica qualquer País; as bárbaras perseguições e assassinatos verificam-se em tantos locais que não cabem no título: Índia; Irão; Indonésia; Iraque; Congo, Paquistão;Egipto; Vietname; China; Arábia Saudita; Líbia.
A lista não tem fim.
No Irão, foi aprovada uma lei que pune os homens com a morte e as mulheres com prisão perpétua se abandonarem o Islão; é o medo das conversões ao Cristianismo de quem está farto das atrocidades dos Ayatollahs:
Como sempre, o nosso amigo Juan dá-nos imagens bárbaras do sofrimento dos corajosos Cristãos; neste caso, de enforcamentos no Irão:
E neste, de decapitações na Indonésia:
Ou na Índia:
Casas queimadas, conforme pode ler aqui.
Cristãos apelam à ONU porque os Governos da Índia não os defendem:
No Iraque, aqui e aqui.

Televisão Holandesa:

Fuga em massa de Mossul.

Os grandes meios de comunicação social, em especial as TVs, calam criminosamente estas atrocidades.
Temos que ser nós a divulgar e defender os mais básicos Direitos Humanos.
Criemos a Rede de Apoio na Net; Inundemos as embaixadas de emails.
Que as matanças acabem!

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20.10.08

Mais uma demissão no CCAP

A ministra-ameba quis, com a criação do Conselho Científico de Avaliação de Professores (CCAP), dar um ar sério e científico à coisa. Pretendia monitorizar todo o processo de avaliação de desempenho dos professores e fazer recomendações sobre o mesmo. Como se sabe, a ministra quase nunca deu ouvidas ao dito Conselho. Recorde-se, aliás, a novela que foi a constituição deste órgão para ver as dificuldades que houve (há) em implementar um sistema de avaliação tão injusto quanto estratosférico.
Depois da saída da presidente, por lhe ter sido concedida a aposentação, agora foi a vez do colega Matias Alves do Terrear bater com a porta.
Vamos esperar para ver que rumo vai ter um órgão que deveria ser, na estrutura pensada pelo ministério, de máxima importância.

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8 ou 15 de Novembro - algum humor

Bem sei que as coisas são sérias, não foi por mero acaso que surgiram duas datas para a manifestação de professores. Esta semana ainda, tomarei posição sobre a matéria. Mas que, de vez em quando, é preciso uma dose de humor também é verdade. Por isso, na dúvida, façam como este senhor.

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19.10.08

Pela imprensa...

Alberto Gonçalves, no DN, sempre directo.

"Documentos recentemente revelados sugerem que, em 1950, Milan Kundera denunciou à polícia comunista um compatriota que espiava para os EUA e que, graças à denúncia, passou 14 anos na prisão. A ser verdadeiro, o gesto, que Kundera nega, não se recomenda. Porém, talvez não justifique a indignação suscitada pelo episódio, inclusive em Portugal e inclusive em blogues da extrema-esquerda.É estranho que os checos se lembrem agora de remoer as simpatias dos intelectuais face ao invasor soviético, em geral conhecidas, breves e depressa tolhidas pelo arrependimento e pela perseguição. É estranhíssimo que os portugueses necessitem de ir a Praga, mesmo que metaforicamente, para lamentar vergonhas assim. O arremedo totalitário do PREC, fértil em missionários e delatores, nunca nos envergonhou. Muito pelo contrário. Por cá, um passado de serviços ao "gonçalvismo" praticamente garantiu a "intelectuais" e similares um futuro próspero e respeitabilidade social. De repente, lembro-me do poeta que, nos idos de 70, escrevinhava odes ao Companheiro Vasco ("Habitavas a terra, o comum da terra, e a paixão/era morada e instrumento de alegria."), e que, de castigo, levou depois com fundação e casa voltada para a foz do Douro. Ou da eminência literária que pedia "sangue burguês" e acabou, para lá da fundação e da casa da praxe, inchado de honras oficiais e vaidade. Ou da ama-seca de Cunhal que, a pretexto dos opúsculos que rabisca, alcançou a típica comenda do Dez de Junho.Mas quem procurar com jeitinho encontra igualmente vestígios do I Congresso de Escritores, em 1975, e do ardor religioso com que os seus membros receberam Vasco Gonçalves em carne, osso e divindade (a divindade disse-lhes: "Vós sereis uma força motora da revolução!"). E dos vultos da escrita, da pintura, da música, do teatro e do cinema nomeados para as Comissões Consultivas de um governo que ninguém elegera. E dos génios que, em manifestos públicos e golpes privados, conspiravam para destruir os colegas que exibiam desvios "burgueses" ou escassas credenciais "antifascistas". No Portugal revolucionário, felizmente escorraçado e curto, os Kunderas caseiros não faziam queixa à polícia: os polícias eram eles. E se o regime subsequente os mudou de posto, a prazo não lhes retirou as respectivas regalias, a que adicionou medalhas, subsídios e mimos diversos. Foi sensato? Provavelmente: caso a democracia tivesse dedicado aos bufos do comunismo o rancor que dedicou aos seus equivalentes "salazaristas", dois terços da classe "intelectual" e "artística" actual não existiriam. Saber se sentiríamos a sua falta é outra questão."

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Porque hoje é domingo


“Só aceitei desfilar porque emagreci”

Rita Pereira, actriz

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A malabarista Milu

O processo de avaliação de desempenho dos professores prevê, desde início, a delegação de competências, conforme estipula o decreto regulamentar nº 2/2008, de 10 de Jnaneiro. Desde há muito que colegas vinham alertando para a necessidade de essa delegação de competências apenas ter validade depois de publicação em Diário da República, conforme determina o Código de Processo Administrativo. E por via disso, muitos docentes invocavam os artigos dos CPA para porem em causa a legitimidade dos actos de avaliação. Mas a ministra não dorme e, aproveitando a Lei do Orçamento de Estado, apresta-se para fazer tábua rasa daquela obrigatoriedade!
É só ler o que vem escrito na página 216, artigo 138.
Artigo 138.º Alteração ao Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro

1 - O artigo 12.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, passa a ter a seguinte redacção:
«Artigo 12.º […]
1 - […].

2 - […].

3 - […].

4 - […].
5 - […].

6 - Às delegações previstas nos n.ºs 2 e 4 não se aplica o disposto no n.º 2 do artigo 37.º do Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da possibilidade da sua afixação em local apropriado que possibilite a sua consulta pelos interessados.»

2 - A alteração prevista no número anterior produz efeitos desde a data de entrada em vigor do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, aplicando-se aos actos praticados desde essa data.
Não chegava alterar o anteriormente legislado. Faz-se com efeitos retroactivos. Isto é, a Lei do Orçamento de Estado entra em vigor a 1 de Janeiro de 2009, mas nalguns dos seus articulados produzem efeito desde Janeiro de 2008!
Os especialistas em Direito que se pronunciem.
Duvidam do que se diz? Aqui fica a ligação para a Lei do Orçamento.

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18.10.08

Lobo Antunes e o jornal A Bola

O jornal A Bola tem para mim um valor simbólico. Nos meus tempos de criança e jovem, o acesso à leitura era incomparavelmente mais complicado que hoje. Talvez resida aí o seu valor. Um dos jornais que, religiosamente, lia era A Bola, a bíblia, como era chamada. Três vezes por semana, tantas quantas as edições, esperava ansiosamente o final da tarde e a chegada do meu pai. Corria a abrir a pasta de onde retirava o jornal. Lia-o detalhadamente, ora em cima de uma qualquer mesa, ora de cócoras, de joelhos, no chão. Sem a ditadura das televisões, os jogos de futebol ganhavam magia pela voz dos relatadores de serviço ou pelas crónicas de excelentes jornalistas. Via as jogadas, os dribles, as faltas, os golos através da escrita.
Hoje raramente compro um jornal desportivo. A qualidade da prosa diminuiu drasticamente, o futebol deixou de ser um desporto para passar a ser uma indústria. Mas hoje a minha Bola de antigamente surpreendeu-me. Trazia uma entrevista ao escritor Lobo Antunes. Por isso, a comprei e passeei com ela, de novo, debaixo do braço. E ler Lobo Antunes é sempre, para mim, um prazer. Conta episódios deliciosos, recorda momentos dramáticos. Por ora, transcrevo apenas um deles, o que envolve o nome de Barrigana, antigo guarda-redes do Futebol Clube do Porto.
Foi quando estava na tropa, em Malange. Foi aí que eu vi o grande Barrigana, que estava em África a treinar miúdos. E os miúdos puxavam por ele e gritavam : vai, Barrigana, anda Barrigana. E ele, muito sério, virava-se para os miúdos e dizia: Vai Barrigana, não. No plural, se faz favor: Senhor Barrigana!

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Na Rota do Êxodo - parte IV

Termina hoje a publicação de um texto do colega Jerónimo Costa. Foi uma honra para mim tê-lo aqui como companheiro de luta por uma Escola mais justa e mais humana.
5. Assim, vamos assistindo a poucas mas inquestionáveis atitudes de professores que, pela sua consciência e sentido de responsabilidade, se demitem de avaliadores, se reúnem em RGP e decidem travar o processo ou, abandonam as reuniões departamentais onde se discutem fichas de avaliação. Estes professores não podem continuar a ser a excepção, embora saibamos, das lições da história, que posições, que hoje consideramos irrecusáveis, tiverem um único defensor na sua origem. Questionando esta avalanche de medidas, que são verdadeiros atentados à escola pública, estiveram em Lisboa mais de 100.000 mil professores. Recuso-me a aceitar que, por um qualquer efeito de magia, salvo melhor “entendimento” estejamos reduzidos aos 4.000 que já saíram, aos que fazem contas e sairão em breve e a mais uns tantos que vão protagonizando uma ou outra acção mais explícita de combate às medidas em curso.

6. Propositadamente o novo modelo de gestão fechará esta primeira reflexão sobre o novo paradigma da educação em Portugal. Sintomaticamente, também para o ME, se fecha um ciclo. Fazendo uma incursão por uma insuspeita conclusão que facilmente se depreende da avaliação externa das escolas, tutelada pela IGE, no essencial, as lideranças democráticas das escolas mereceram avaliação de Bom ou Muito Bom, não sendo de reportar qualquer circunstância que aconselhasse a alterações do modelo revogado. Assim sendo, obviamente, pode perguntar-se: o que levou à alteração do modelo? Ou ainda, por que razão o projecto inicial não previa sequer uma maioria de professores no C. Geral, ou até -chegava-se ao ponto de considerar que o PCG não deveria ser professor, de modo a evitar conflitos com o futuro director. Esclarecedor? Antes de tecer considerações sobre as próprias questões levantadas, vale a pena teorizar sobre a democracia e sobre as relações democracia-escola. A democracia não é senão o poder do povo que o exerce através de eleições livres. Numa sociedade democrática, a Escola deve inscrever-se dentro dos pressupostos da democracia, contribuindo para o respeito pelos direitos fundamentais do indivíduo. A escola é, essencialmente, por isso, o lugar privilegiado para o desenvolvimento das práticas democráticas; mas, como, se, desde logo, a propósito das malfadadas lideranças fortes e do pressuposto da necessidade de um responsável nominal, perante a tutela, se procede a uma escolha por um órgão restrito, entre candidatos que se propõem? Várias são as disciplinas e, dentro delas, diferentes conteúdos curriculares que apontam e apostam na educação para a cidadania, nos direitos, liberdades e garantias, seja em cursos de prosseguimento de estudos, profissionais, efas, cefs ou outros. Como compatibilizar práticas desavindas? Como abdicar do direito de escolher o órgão executivo, concedamos, eventualmente apenas o seu presidente, em troca de um director que, apenas segundo o seu restrito critério, escolhe os restantes órgãos intermédios, pelo tempo e com as orientações que muito bem entender? Não será, por certo, o caminho que melhor se coaduna com um exercício que se quer livre e representativo das vontades em plebiscito regulado pelos valores democráticos. Muitas foram as escolas que se recusaram a participar na formação do coveiro da democracia nas escolas, o Conselho Geral Transitório. Outras haverão de descobrir, a seu tempo, que, pela sua própria vontade, caucionaram o director e tudo aquilo que ele significa de retrocesso em relação aos fundamentos democráticos e ao ensino, também através da prática, do seu exercício. Os professores que recorreram à aposentação e a conseguiram, apesar de penalizações várias, ao menos escaparam ao estigma do regresso a um passado de mais de trinta e três anos, carregado de memórias em que a democracia era uma prática perigosa e desavinda.
As escolas que têm por estes dias uma safra de colheitas sob suspeita e gente empolgada com a solidão volátil do poder, que não passa de breve ilusão, deveriam ver nos que partem, muitos por falta de condições, o desenho do seu futuro próximo em que a tendência – e bem desejo que se não cumpra – será, cruzando os braços, ou dando-os colaborantes, para piorar o espaço onde ainda (?) sonhamos e ajudamos a realizar sonhos.
Mas o que é isso?

Jerónimo Costa, Prof. do Ens. Secundário

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O Magalhães

Desde que Sócrates decidiu que os problemas de iliteracia em Portugal se resolviam com um choque tecnológico, que não se fala de outra coisa. O computador Magalhães veio para ficar. E como é de bom tom, acções de formação foram efectuadas. Do relato destas, deixa este texto de um dos participantes. O video mostra apenas que, afinal, este país ainda não bateu no fundo...


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17.10.08

A Frase

"O erro do governo é confundir a entrega de computadores individuais para crianças do ensino básico com a democratização do acesso aos computadores."

Pacheco Pereira, in revista Sábado

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Manifestação


(clicar para aumentar)

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Avaliação de professores suspensa...

Mais uma Escola aprovou a suspensão da avaliação de desempenho do pessoal docente. Agora foi Ourique.

"Os professores de Ourique são a favor de "uma avaliação de desempenho justa, imparcial, exequível e indutora de melhores práticas docentes" e afirmam que, "nestes termo, o decreto n.º 2/2008 de 10 de Janeiro é mau". Contudo, dizem que "pior é, sem dúvida, o conjunto de 'fichas de avaliação do desempenho' destinadas à avaliação dos professores quer pelo presidente do conselho directivo, quer pelos coordenadores de departamento".
Ler mais nesta ligação. e nesta.

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Nada que a gente já não soubesse...

Os números que a notícia refere não espantam quem está minimamente atento e, sobretudo, quem anda pelas escolas...A maioria dos jovens usa a internet para chats, descarregar músicas e filmes. Os pais julgam que as crianças estão a pesquisar...
Ler mais aqui.

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Na Rota do Êxodo - Parte III

(continuação)

4. Uma das questões de maior controvérsia reside na avaliação dos professores. Não na sua determinação em serem avaliados, o que de resto já acontecia, mas na recusa em acolher um modelo que, por diversas incidências, já escalpelizadas por diversos especialistas, se revelou complexo, não-formativo e excessivamente burocrático. Mais uma vez a justificação pública do responsável pelo governo, seguiu a via do confronto e, num gesto populista inqualificável, deu a entender literalmente que os professores não eram avaliados e que era seu desígnio não se conformar com tal estado de coisas. Esforçou-se por fazer crer que a avaliação não era a nossa aspiração e, num gesto sem precedentes, cavalgou a onda, sempre que lhe foi possível, exercendo sobre a classe uma violência psicológica intolerável. Bastava tão-só ter referido que a avaliação de professores, expressa no anterior ECD, precisava de ser revista e, de forma simples e negociada, tinha evitado reincidir, denegrindo gratuitamente a imagem de milhares e milhares de professores que, à semelhança do que acontece com outras actividades, são profissionais competentes, dedicados e merecedores de respeito.
Hoje sabemos, até pela desinibição dos responsáveis do ME, que a avaliação dos professores há-de ter uns tantos efeitos mas, aquele que se deseja que tenha, será de carácter económico-financeiro: travar tanto quanto possível e necessário a progressão nas carreiras e, por essa via, poupar verbas significativas. Mas é com isto que o Primeiro-Ministro não se conforma? Mas é por aqui que passa a defesa e a qualidade da escola pública? Aqueles que se interessam pelo ensino, os que consideram a educação como um dos pilares estruturantes da sociedade, cedo perceberam – desde logo com a divisão da carreira e com o concurso para professores titulares – que não era a qualidade nem a dignificação da profissão, muito menos a qualidade da escola pública, que estavam em causa. A analogia com os militares e o exemplo com a sua mais alta patente, o general, foi um argumento infeliz, de mau gosto, falacioso (não se deve comparar o que não é comparável) e mais uma estratégia para denegrir a imagem da classe. Teríamos agora, por comparação espúria, uma classe vertical com soldados-professores, sargentos-professores, tenentes-professores e um ou outro general-professor. Será que, mesmo sem gráfico, é difícil compreender que se começa professor e que se termina na mesma função? E o que se exige a um professor no início, não é substancialmente idêntico ao que se lhe exige no fim da carreira?
Hoje percebemos que os critérios estabelecidos para aceder à figura de professor titular provocaram injustiças insuportáveis e insanáveis. Sabemos também que essas injustiças são exponenciais, tendo efeito directo no processo de avaliação, com disparidades de experiência, formação e graduação, inversamente repartidas por avaliadores e avaliados.
Bem podem argumentar que uma das nossas práticas mais comum, é avaliar. Concedemos. Contudo, professor e aluno têm estatutos diferentes. A autoridade do professor quando avalia, seguindo os normativos ético-legais, sai reforçada e não será afectada. Em contrapartida, uma avaliação por pares não deve ir além do carácter formativo; qualquer outra avaliação requer formação adequada, de nível superior, fundamentalmente em supervisão pedagógica. O que o Ministério está a disponibilizar/sugerir/impor, com elevados gastos financeiros e o sacrifício de muitos professores, graduados em avaliadores, salvaguardando uma ou outra situação em que alguma qualidade pontua, são acções que não passam de uma cosmética intensiva e de um arregimentar de consciências no sentido de eliminar resistências subjacentes a um modelo que, só por teimosia, continua a delapidar recursos, tempo e a pouca disponibilidade que existe para preparar as lições e dar atenção aos alunos.
Mas, a engrenagem comporta vícios de vária ordem que se atravessam neste modelo. Imagine-se que a formação, disponibilizada para avaliadores e para avaliadores por delegação de competência, se houver disposição para cumprir o CPA, e espaço no DR para publicar tanto nome, o ME, as DRE’s e tutti quanti, até os próprios avaliadores, ainda não se interrogaram sobre a questão de que sendo a avaliação universal e sendo eles opositores às quotas estabelecidas, para dois dos níveis de avaliação, pelo menos os avaliadores delegados, pelo facto de frequentarem acções de formação, restritas, por selecção restrita, seja qual for a qualidade das mesmas, isso não lhes dá vantagens no processo? Um outro vício assenta claramente no insustentável facto que coloca o avaliador e o avaliado na mesma situação, com funções diferentes: O avaliador concorre para as mesmas quotas do avaliado, sendo opositor e parte interessada no resultado do acto e, nessa circunstância, não há garantia nem de isenção, nem de imparcialidade. O artigo 44º do CPA (alíneas a. e d.) regula esta incidência. A manter-se a indefinição sobre esta matéria, é óbvio que a pergunta é inevitável: não há vergonha, não há moralidade, ou ambas?
Com este modelo as escolas vão entrar em estágio conflitual permanente e, à semelhança das OPTE, os professores vão repartir as suas preocupações entre o essencial: os seus alunos, e o acessório: a sua avaliação. Olhando o mundo à volta, até para desmistificar algumas informações, superiormente veiculadas, é preciso deixar claro que nenhum país da Europa tem algum modelo de avaliação que se aproxime sequer do que este governo tem em vigor (experimental). Nem o temível modelo do País de Gales! É preciso atravessar o Atlântico e, apenas na América Latina, especificamente no Chile, para encontramos algo semelhante, com periodicidade de 4 anos, carácter formativo e apenas três menções avaliativas. Mas sobre este modelo, não é tudo. A maior parte das escolas tem quatro super-coordenadores. Entre eles, como de resto entre todo o corpo docente, existem quotas de excelente e muito bom. Por agora, imagine-se apenas a mais que provável situação do avaliador receber menção de bom e atribuir a de excelente, tudo no mesmo departamento e até, na sua área disciplinar. Toda a gente imagina como vai ser o clima e como vai ser fácil e profícuo continuar a trabalhar no departamento e, não sendo nada connosco, a auto-estima do contemplado vai exercitar o sistema nervoso até à convulsão. Exagero? Talvez. O mesmo exercício pode viajar para uma qualquer turma, e como a avaliação é pública (e punitiva!), os vários intervenientes na comunidade educativa, por delicadeza, não retirarão daí qualquer incidência; o clima das escolas, se o modelo avançar, tem todos os ingredientes para propiciar algumas tempestades, sem que isso signifique qualquer melhoria das condições que permitem ensinar e aprender, bem pelo contrário. Aliás os estágios pedagógicos, com outra configuração, é certo, foram e são, à sua escala, pequenos laboratórios sociológicos, de onde se podem recolher antevisões para o que se avizinha. Olhando o processo, pelo que ele já permite vislumbrar, não admira que, sem critérios plausíveis (cada escola faz o que entende), sem defesa (as reclamações valem o que valem), sem formação adequada, sem bom-senso, tantas vezes sem vergonha, a aquilatar pelo que se vai conhecendo, muitos professores, excelentes professores, diga-se, não estão disponíveis para mais este exercício de humilhação, talvez programado para os empurrar do sistema, e aqui, parafraseando José Gil (Visão, 2. Out. 2008), antes que comece a interiorização da obediência (e, um dia, do amor á servidão), despedem-se do que mais gostam, em nome do que mais prezam: a dignidade."
Jerónimo Costa
(Continua)

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16.10.08

Cuba e Baltazar Garzon

Baltazar Garzon é um dos Juízes mais conhecidos do Mundo.
Foi dele que partiu o mandado de captura contra Pinochet, contra Ossama bin Laden (embora este caso seja mais ridículo e irónico do que eficaz) e contra inúmeros terroristas da ETA.
Recentemente, voltou a ser notícia por querer investigar os desaparecidos do temo do Franquismo.
Mas: então e Cuba?
Não investiga o corajoso Juíz os assassinatos aos milhares na ilha do gangue Castro? Parece que não; o que aponta para um sectarismo insuportável na leitura e aplicação da lei.
Vejamos: segundo um relatório da Câmara Ibero-Americana de Comércio/Stanford Research Institute, entre 1959 e 2004, Fidel, Raúl e capangas entretiveram-se com:
-Fuzilados no "paredón": 56.212;
-Assassinados extra-judicialmente:1.163;
-Presos políticos mortos por falta de assistência médica, tortura ou causas naturais:1.o81;
-Fuga pelo mar: mortos ou desaparecidos:77.824;

Total: 136.288 cubanos mortos pela ditadura Castro.

Todos nós conhecemos pessoas célebres que só têm elogios para esta máquina de matar. Mais, consideram-se pessoas cultas, mentalmente sãs, às vezes "progressistas". E, não é raro,ocupam cargos decisivos no ensino (em todos os graus), "cultura", música, comunicação social.
E, obviamente, deturpam e impingem a ilha mortuária como paraíso; assim como as 72 virgens para os terroristas islâmicos ( por alguma razão se desculpam e defendem mutuamente).
Aí está uma razão influente para este país ( e mundo, não é só apanágio nosso) andar cheio de violência, guerra, fome e miséria.
Mas a verdade virá sempre ao de cima!
Na Argentina, o advogado Javier Vigo pediu a um Tribunal a prisão de Fidel e Raúl por treino e apoio a um grupo terrorista que assassinou o capitão Humberto Viola e a sua filha criança (entre muitos outros).
Vai ser muito curioso acompanhar este caso e ver como os Juízes entendem o que seja "Direitos Humanos" e "Crimes contra a Humanidade".

Sobre o herói Ernesto "Che" Guevara ( a propósito de um filme daquelo tipo de gente que descrevi):
"CHE A Vida Em Vermelho" de Simon Montefiore

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A razão para a escolha do dia 8...

Verificando a minha caixa de correio, leio um mail vindo do sindicato dos professores da região centro. As palavras de ordem são as normais nestas ocasiões. Ainda estranho que insistam numa avaliação do desempenho justa, contra o modelo do M.E. Mas adiante...
Mas continuando numa leitura mais atenta, vislumbrei a principal razão para a escolha de tal data:
8 meses depois da Marcha de 8 de Março
os Professores farão um grande 8 de Novembro
Eureka!

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Ainda a manif. de 15 de novembro

Subscrevo inteiramente a análise que Ramiro Marques faz sobre a manifestação de 15 de Novembro e as razões que levaram a Fenprof a desvincular-se dessa data.
"Alguém percebe a utilidade da reunião tripartida da FENPROF com a ministra e o CCAP, a realizar no final do 1º período? Para quê? É preciso esperar pelo final do 1º período para saber se a avaliação do desempenho põe em causa o desempenho dos professores e o funcionamento das escolas? Alguém ainda tem dúvidas? Nessa altura, se os professores não resistirem activamente, já todos os objectivos individuais estarão enfiados na plataforma informática da DGRHE. A plataforma foi criada à pressa precisamente para isso: isolar os professres, pressioná-los e obrigá-los a entregar os objectivos individuais antes do final do 1º período. Logo que o tenham feito, a luta ficará perdida. No final do ano, os objectivos individuais serão confrontados com a auto-avaliação."

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Jorge Coelho e a Mota-Engil

Aquando da nomeação de Jorge Coelho, influente dirigente do PS, para a administração da construtora Mota-Engil, levantaram-se algumas vozes que temiam jogos de influência para favorecimento da empresa. Na crónica de hoje no DN, Pedro Lomba aborda o tema.
"(...)como é que antes a renovação do contrato de concessão desejada pela Tertir parecia uma tarefa impossível por força dos planos governamentais de abertura da área ribeirinha e, assim que a Liscont passa para as mãos da Mota-Engil, o contrato de concessão é logo celebrado, ainda por cima com condições mais favoráveis? De resto, este é só mais um exemplo de como Lisboa e os lisboetas são tratados por quem nos governa."
Ler mais aqui.

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Na Rota do Êxodo - parte II

"2. Por alturas da (inútil) discussão do grosseiro Estatuto da Carreira Docente (ECD), a responsável pela tutela haveria de, ufana, inaugurar as hostilidades:
-Perdi os professores, mas ganhei a população.
Definido o lado, não tardaram a surgir as consequências dos malefícios consolidados numas tantas agressões que, por efeito dos vasos comunicantes, juntaram pais e filhos na mesma contenda e com o mesmo alvo, servindo também para opor a tutela ao Procurador Geral da República. Numa tentativa de serenar (?!) os ânimos, o legislador produziu o Estatuto do Aluno (esquecendo a especificidade de alguns cursos da oferta formativa). Sujeito a aturada controvérsia, na AR, ainda assim, chegou às escolas pronto para fornecer aos estatuídos alunos mais uns tantos indícios de que a responsabilidade, o empenho e o esforço podem ser recompensados e, o seu contrário, também! O aluno falta? Falta muito? O professor, dentro do seu horário de 35 horas semanais, que em muitas circunstâncias tem já 40 ou 50 horas, elabora uma prova de recuperação e outra, e quantas forem necessárias até que o aluno – e o professor – se deixem vencer pelo cansaço e sigam em frente, para lado nenhum.
3. Numa tentativa de continuar a cair nas boas graças da população, do ME saíram as controversas actividades de substituição que foram tudo, até espaço para “umas graças”, tendo estabilizado na Ocupação Plena dos Tempos Escolares (OPTE). Apesar do equívoco do acrónimo – não se pode optar –!
Estas actividades não são mais do que aulas de substituição que, consubstanciando mais um abuso, são distribuídas na componente não-lectiva dos professores. São aulas, mas não são aulas! Escolas há – as das boas práticas, presume-se, que organizam estas actividades com tal parafernália de meios e tratamento estatístico, que esta invenção mais parece uma área disciplinar curricular, a que só falta atribuir classificação e diploma de mérito. Auscultando alunos e professores, não estaremos longe da verdade se considerarmos ser esta uma das variáveis responsável por um latente mal-estar no seio das comunidades educativas, sendo que, escapar de tal tarefa, é sempre motivo de contentamento. Mas os abusos não se ficam por aqui: dezenas de professores, por escola, ministram aulas de apoio a alunos com dificuldades ou necessidades educativas especiais. Essas aulas deveriam integrar a sua componente lectiva: são aulas! Mas, não é esse o entendimento da tutela: fazem parte da sua componente não-lectiva! Alguns professores – 4 na maior parte das escolas – são coordenadores de departamentos que acolhem mais de trinta professores. Com o anterior estatuto, beneficiavam de redução da componente lectiva; actualmente passam intermináveis horas na escola, serão (?) avaliadores, frequentam acções de formação específicas, por atacado, em horário pós-laboral, sem qualquer compensação ou redução.
A enorme pressão sobre o horário de trabalho dos professores, com uma multiplicidade interminável de tarefas, acrescida do não reconhecimento da especificidade da sua actividade profissional, está a aniquilar, antes de mais, o professor, sua vida pessoal e familiar, e a provocar danos irreversíveis na sua saúde, deteriorando a sua qualidade de vida. Aqui reside um dos factores determinantes que tem levado ingloriamente – e com grande prejuízo – ao abandono de muitos profissionais, alguns dos melhores, que eram felizes, zelosos e exímios cumpridores das suas obrigações, enquanto elas foram humanamente suportáveis. É um êxodo e uma sangria que, não merecendo da parte dos governantes uma única expressão de preocupação, permite-nos suspeitar fundadamente que este abandono precoce, de muitos dos melhores, faz parte de uma programação que terá muitos objectivos, fundamentalmente económicos, mas constitui um golpe na escola pública de qualidade e há-de hipotecar ainda mais o futuro das gerações que agoram se deslocam para a escola."
Jerónimo Costa
(Continua)

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Perseguição aos Cristãos: Índia, Iraque, Paquistão (II)

Voltamos ao tema com novidades, felizes e tristes.
Uma fonte de informação aqui.

A novidade de que a perseguição na Índia é notícia nos USA (msnbc; newsweek):

A tragédia de que foi enforcado Hussein Soodman, muçulmano iraniano convertido há vários anos, como nos conta Juan Dazibao:

Entretanto, na Europa não vemos os grandes meios de comunicação social darem conta destes assassinatos!

Mas não podemos cruzar os braços!

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15.10.08

Karina Moskalenko

Karina Moskalenko.
Este nome praticamente desconhecido deveria ser referência obrigatória nos "media" nacionais e europeus.
Advogada de Anna Politkovskaya, de Garry Kasparov, de vítimas de tortura na Chechénia (os presos de Guantanamo vivem em hotéis comparados com as vítimas de tortura da Chechénia...mas estes são criminosamente esquecidos), de Khodorkovsky, das famílias das vítimas de Beslan, enfim, uma vida a lutar pelos Direitos Humanos, num país onde é bem difícil.
Já ganhou trinta processos contra o Estado Russo no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos; tem a correr mais outros cem.
Era, obviamente, adversário incómodo para os ex-KGB do Kremlin; e estes não admitem isso.
Colocaram debaixo do capôt do seu carro uma substância venenosa semelhante ao mercúrio: táctica assassina tipo Litvinenko.
Karina, o marido e três filhos foram afectados, conforme se confirma aqui.
Será que vão resistir, ou são novos Litvinenko?
E ver a UE de cócoras, perante os assassinos de Moscovo, envergonha e revolta.

Em memória de Litvinenko, recomenda-se o seu livro "Terror na Rússia", em parceria com Yuri Felshtinsky, da "Ideias de Ler".
E de Marina Litvinenko: "Morte de um Dissidente" também da editora "Ideias de Ler"

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Professores voltam à rua

Por questões pessoais, não tive oportunidade de assistir aos noticiários das televisões, não ouvi nenhuma declaração de qualquer dirigente sindical, integrante da chamada Plataforma Sindical. O que sei, li na imprensa em linha e na página da fenprof.
Portanto, a minha reacção é ditada, talvez mais pela emoção do que pela razão. Já em post anterior tinha chamado a atenção para o alheamento dos dirigentes sindicais em relação ao que se estava a passar nas Escolas e de como a blogosfera ia dando conta desse descontentamento. E neste último espaço, apontava-se a data de 15 de Novembro para uma grande manifestação em Lisboa, percorrendo a Avenida da Liberdade, contra a política de educação deste governo.
Vêm agora as organizações sindicais propor o dia 8 de Novembro. Mas que raio de bizantinice é esta? Só para não cederem a movimentos que consideram divisionistas e que fazem o jogo da ministra???
Ó Mário Nogueira, sabes o que me apetece? Mandar-te, com todas as letras, àquela parte...

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O novo oásis

Há uns dias atrás, Ricardo Araújo Pereira afirmou que a máquina de entretenimento do governo era superior à dos Gatos Fedorentos. Acho que tem toda a razão. Olhando os títulos da imprensa no dia subsequente à apresentação da proposta de Orçamento de Estado para 2009, ficamos com a ideia que um período de progresso se aproxima, que a crise já era.
Afirmar que Portugal vai desapertar o cinto para o ano que vem, mesmo sob a pressão das eleições, não deixa de nos provocar em esgar irónico..Ainda todos nos lembramos das afirmações tonitruantes de Sócrates, há cerca de um ano, jurando por todos os santinhos que, pela primeira vez nos últimos anos, os portugueses não iriam perder poder de compra. Os salários teriam um aumento superior à inflação.

Ora nada disso se veio a verificar. Também nada nos leva a crer que no próximo ano seja diferente. Com uma crise económica internacional sem precendentes, como é possível ter certezas sobre a inflação, as taxas de juro, os preços das matérias primas?!

Dou de barato, portanto, o título do jornal diário que ilustra este comentário. Como fico espantado com a maneira como se faz jornalismo em Portugal. Directamente de uma qualquer central do governo para os escaparates das bancas e quiosques.

Mas podemos estar descansados. Afinal, já chegámos aos 210 generais nas Forças Armadas. Temos tropa!

E recordamos também aquela figura ministerial, afirmando que, na Escola, nem todos podiam ser generais. Mas isso são outras histórias...

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14.10.08

Na Rota do Êxodo - parte I

O colega Jerónimo Costa, interpretando o sentimento de milhares e milhares de professores, escreveu um texto longo mas incisivo sobre o momento que se vive actualmente nas Escolas.
Quero agradecer-lhe a disponibilidade com que se prontificou a partilhá-lo com os leitores deste blogue.
Devido à extensão do texto, este será publicado, por partes, ao longo dos próximos dias.
1. Na minha fugaz leitura da imprensa detenho-me, por instantes, no “lead” da primeira página do JN (08.10.2008): Professores reformam-se à média de 400 por mês.
Embora madraço, epíteto outorgado, em tempos, pelo Presidente do Conselho aos professores, ainda consigo, por um qualquer desígnio volitivo, seguir com atenção um dos subtítulos
Fartos da burocratização da carreira dispõem-se a sair perdendo dinheiro.
Em circunstâncias normais da vida democrática de um povo, esta constatação haveria de semear alguma perplexidade e colher outra tanta indignação efectiva. Mas não! Subtraindo opiniões pontuais, a indiferença – até a das próprias vítimas – parece mensurar o tom conformista com que, dia após dia, se vai aceitando o que parece inevitável. A escola não é uma criação recente; a sua institucionalização remonta à antiga Grécia onde a academia e o liceu, emergindo de um topos divino, se foram emendando até aos dias que correm. Como obra humana, mesmo plantada em lugar sagrado, a escola não está isenta de erros. Nela confluem as crises de todo o género, principalmente as sociais, e dela emanam, tantas vezes, as soluções capazes de reinventar um futuro que parece perdido. Mas, mesmo com o terramoto que todos os dias tem o epicentro na 5 de Outubro, é preciso que os que decidem não esqueçam que em qualquer escola, pese embora a subtil confusão de babel, na designação dos que ensinam, haverá sempre professores, mesmo se em tempos transmitiam o saber, mais recentemente trabalharam por objectivos ou, até, se hoje, os querem desocultadores de competências do “nada”, espalhadas por evidências de quase tudo, ao serviço de belas estatísticas que hão-de fazer de nós um povo certificado até ao tutano, mas acolhendo o raso grau de qualificação que nenhuma mecânica dos números conseguirá iludir.
Há três anos que artífices expeditos – pagos pelo erário público – não se cansam de engendrar todo o tipo de estratégias capazes de, cirurgicamente, denegrir a imagem dos professores, junto da opinião pública. Desde o horário de trabalho, às faltas, desde a avaliação à gestão democrática, tudo foi sendo pensado para, numa pirotecnia legislativa sem limites, e numa saga despudorada da igualdade, tratar tudo pela mesma medida. Alguns excertos de prosa governamental, se a tanto a competência da leitura e o engenho e a arte me não desacompanharem, ficarão como ex-líbris do que foi sendo debitado em nosso prejuízo e que, em circunstâncias normais, à semelhança de criminalizações várias, também haveria de ser crime por consubstanciar violência psicológica, em altíssimo grau.
(Continua)

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Perseguição Aos Cristãos: Índia, Iraque, Paquistão

Formemos uma rede na net de apoio aos Cristãos perseguidos e assassinados:

Fontes de informação:
asianews.it
xinhuar.blogspot.com

http://www.zenit.org/index.php?l=portuguese
http://www.oecumene.radiovaticana.org/BRA/index.asp
chiesa

Blogs aderentes:
Brasil:
defesadafe
Espanha:
xinhuar
Venezuela:
marthacolmenares

Haverá mais blogs, mas estes conjugam informação com acção.

Para escrever para a embaixada da Índia em Portugal:
informationandculture@indembassy-lisbon.org



Para o gabinete do Primeiro-Ministro Indiano em Nova Delhi, em inglês, como, aliás, eu fiz:
http://pmindia.nic.in/write.htm
para que acabe esta violência gratuita, incompreensível e cruel contra uma comunidade que se orgulha de ter entre si Madre Teresa de Calcutá.

Brasil:



Correios eletrônicos:com@indiaconsulate.org.br; elson@indiaconsulatemg.org; ambassador@indianembassy.org.br; amb.brasilia@mea.gov.in; dcm@indianembassy.org.br; hoc@indianembassy.org.brConsulado Geral da ÍndiaAvenida Paulista, 925, 7º andar São Paulo/SP - CEP: 01311-100E-mail: com@indiaconsulate.org.brDr. Elson de Barros Gomes Júnior (Cônsul Honorário da Índia) Rua Paraíba, 523 - Bairro Funcionários – Belo Horizonte/MG - CEP: 30130-140E-mail: elson@indiaconsulatemg.orgSr. Guilherme Rodolfo Laager (Cônsul Honorário da Índia)Avenida Sernambetiba, 2.930 - Bloco 1 – ap 1101Barra da Tijuca – Rio de Janeiro/RJCEP: 22620-172Embaixada da ÍndiaSHIS QL 08 – Conjunto 08, casa 01 - Lago Sul - Brasília/DF - CEP: 71620-285Sr. B. S. Prakash (Embaixador)E-mails: ambassador@indianembassy.org.bramb.brmailto:amb.brasilia@mea.gov.brSr. Krishan Kumar (Deputado Chefe da Missão)E-mail: dcm@indianembassy.org.brDr. Shashank Vikram (Chefe de Chancelaria)Email: hoc@indianembassy.org.br

Não podemos ficar de braços cruzados:
http://www.zenit.org/article-19750?l=portuguese
http://www.oecumene.radiovaticana.org/BRA/Articolo.asp?c=237415
http://www.oecumene.radiovaticana.org/BRA/Articolo.asp?c=236414

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Manifestação, 15 de Novembro, Lisboa

(Agradeço ao colega VM o envio deste video)

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Por que não te calas?

Uma manifestação de professores está a ser marcada através de mensagens electrónicas e de telemóvel para dia 15 de Novembro, em Lisboa. Os sindicatos demarcam-se. “Estas acções desgarradas, sem promotores conhecidos, servem mais os interesses do Ministério”, disse ao CM Mário Nogueira, líder da Fenprof.

Espera(va)-se um pouco mais de bom senso a um dirigente sindical com a experiência do citado. Por que será que as pseudo elites - políticas, sindicais, económicas - receiam estes movimentos espontâneos que nascem de um profundo mal estar?

Vivem desfasados da realidade, presos a estratégias políticas e partidárias oportunistas. Quando vêem o barco em movimento, agarram-se a uma qualquer bóia de salvação e empunham um cartaz e um megafone.

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13.10.08

A fuga dos professores

Quem anda mais atento aos problemas que a ministra-ameba tem provocado na auto-estima e no brio profissional da maioria dos professores não pode deixar de reflectir sobre os pedidos de aposentação que diariamente entopem os serviços da caixa geral de aposentações. Seria um bom motivo de reflexão para muitos comentadores da nossa praça. Estes preferem insistir nas falsidades com que inundam os meios de comunicação social, nomeadamente a pretensa recusa dos professores em serem avaliados. Os números de pedidos de aposentação não enganam:
- 4531 profesores solicitaram aposentação durante 2008, uma média superior a 400 aposentações mensais;
- comparativamente aos meses de Outubro e Novembro de 2007, este ano os pedidos passaram de 272 para 1032;
[ Estes números foram obtidos via ProfAvaliação ]
Quem diariamente está nas escolas sente cada vez mais vontade de voltar à rua. Mostrar à ministra-ameba que a dignidade profissional dos professores e educadores não pode ser "seriada" com aberrantes fichas de avaliação, com metas e indicadores irrealistas, uma teia burocrática capaz de pôr os cabelos em pé ao mais paciente cidadão.
Espera-se que as organizações sindicais saibam interpretar esses sinais e, nas reuniões que irão manter com a ministra, não cedam nem assinem mais memorandos traidores.
Entende-se, assim, o desalento da colega Fátima Miranda, em entrevista ao JN:

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12.10.08

Fomos ao teatro

Com estreia nacional no Porto, chegou este fim de semana a Viseu, ao Teatro Viriato, o espectáculo "Feminine" em Fernando Pessoa. Fui ontem à noite assistir à representação. Não digo que fiquei desiludido, mas esperava um pouco mais. Talvez mais Pessoa e menos bailado. Foi essencialmente isso que aconteceu. O grupo de cinco bailarinas executou um trabalho brilhante, apoiado numa criteriosa escolha de temas musicais. Tudo isso apoiado em alguns -poucos- textos de Fernado Pessoa. Justifica-se o coreógrafo, Paulo Ribeiro, referindo que se pretendia desconstruir a mensagem de Pessoa, através da sensualidade das bailarinas. Que seja. Mas que ficou muita poesia no feminino de Pessoa por revelar, também é verdade.
A propósito da poesia de Fernando Pessoa, não deixar de ler as excelentes análises da colaboradora Almàjanela publicadas aqui, aqui e aqui.

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Porque hoje é domingo


"A sedução faz parte da vida."
Priscila Fantin, actriz

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10.10.08

A Frase

"No domingo passado, lembrei-me de pessoas que nem teriam que comer nessa noite, mas que, pela vitória do clube que representa esta cidade, estariam mais felizes do que algumas que têm muito".
Pinto da Costa (sobre vitória do FC Porto sobre o Sporting), "Record", 10-10-2008
Tanta demagogia! É do calor da noite...

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Victória Beckham

De acordo com a revista "Closer Magazine", Victoria Beckham usa um creme facial feito à base de excrementos de rouxinol.
A ex "Spice Girl" descobriu o creme numa viagem ao Japão, onde é muito utilizado pelas "geishas".

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Putin e a Potência Rússia

A subida galopante dos preços do petróleo e gás até aos mais de 145 $/ barril fez sonhar o Kremlin com a abastança, o domínio dos países do Leste Europeu libertados da URSS, uma corrida estúpida aos armamentos e o estatuto de superpotência.
Mas a Rússia não tem capital e tecnologia para sustentar extracção de petróleo e gás; precisa do Ocidente.
E os ex-KGB do Kremlin são especialistas em serviços secretos, não em governar um país.
Anders Aslund traça uma análise imbatível dos erros económicos de Putin, conforme se lê no jornal de negócios.

Que se juntam aos erros geopolíticos e estratégicos, como denunciámos logo com a invasão da Geórgia, que levou a Sérvia- tradicional aliado- a virar-se para a UE, e agora a Macedónia e o Montenegro a reconhecer a independência do Kososvo.
E ainda estão para vir à discussão (adiada com a crise financeira) os crimes de guerra cometidos na Geórgia, como o uso de bombas de fragmentação, e que podem ser comprovados por satélite. Ver aqui ou aqui.

Em próximo post, iremos realçar os factos que demonstram que foi a Rússia a iniciar a guerra na Geórgia, o que já levou à perseguição de militares que denunciaram esses factos.

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8.10.08

Índia, Gandhi e Violência

No dia dois de Outubro de cada ano comemora-se o Dia da Não Violência, recordando-se também o nascimento do Mahatma Gandhi.
Por trágica ironia, nos últimos três meses, os Cristãos Indianos, e em especial os Católicos, têm sido vítimas de perseguições, assassinatos por parte de extremistas Hindús, como descreve, em síntese, a agência Zenit.

60 cristãos assassinados na Índia [01-10-2008]
Inação do governo preocupa os bispos da Ásia
Bispos da Índia exigem fim dos ataques contra cristãos [29-09-2008]
Acusam formalmente os grupos extremistas hindus de planejar a violência
Cardeal Gracias: violência anticristã na Índia é «loucura» [24-09-2008]
O arcebispo de Cuttack-Bhubaneswar é ameaçado de morte
Três novos assassinatos de cristãos na Índia, entre eles um sacerdote [23-09-2008]
O arcebispo de Gênova denuncia a «onda de cristofobia» na Índia e em outros países
Extremistas hindus queimam catedral de Jabalpur [19-09-2008]
Ajuda à Igreja que Sofre convoca orações para o dia 24 de setembro
Estende-se violência contra cristãos na Índia [17-09-2008]
Várias igrejas atacadas no domingo passado
«Por que os cristãos valem menos que os ursos?», pergunta cardeal [12-09-2008]
O arcebispo Carlo Caffarra denuncia o silêncio da mídia sobre as perseguições na Índia
Índia: «Nossa fé é mais importante que nossas vidas» [09-09-2008]
Êxito da jornada de jejum e oração convocada no domingo passado
Índia: cristãos obrigados a converter-se e atacar igrejas [05-09-2008]
Denuncia o porta-voz dos bispos do país
Apelo da Cáritas a favor das vítimas das inundações na Índia [04-09-2008]
Dia de oração e jejum pelos cristãos na Índia [02-09-2008]
Escolas católicas na Índia fecham em protesto [29-08-2008]
Vítimas da perseguição aos católicos já são 26
Europa deve ajudar os cristãos perseguidos na Índia [27-08-2008]
Apelo do vice-presidente do Parlamento Europeu

As autoridades Indianas não conseguiram ( ou não quiseram) controlar a violência até agora.
Cabe aqui recordar que o rastilho foi a morte de um líder extremista Hindú, reivindicada por um grupo terrorista maoísta, mas que não convence os radicais Hindús.
Os católicos na Índia são, regra geral, provenientes das castas inferiores da sociedade, e, por isso, mais vulneráveis.

Deixamos aqui um apelo- que já vi também em alguns blogs brasileiros- para escrevermos para o email da embaixada da Índia
informationandculture@indembassy-lisbon.org
ou para o gabinete do Primeiro-Ministro Indiano em Nova Delhi ( para quem se conseguir exprimir em inglês, como, aliás, eu fiz):
http://pmindia.nic.in/write.htm
para que acabe esta violência gratuita, incompreensível e cruel contra uma comunidade que se orgulha de ter entre si Madre Teresa de Calcutá.

Para os nossos amigos de Espanha e Argentina, recomendo o blog, fantástico, :

http://xinhuar.blogspot.com/

Criemos uma rede mundial pela Justiça e Verdade pelos Pobres, contra a violência e o desprezo pelos Direitos Humanos.

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7.10.08

Eduardo Verástegui

Eduardo Verástegui é um actor norte-americano de ascendência Hispânica- como o nome indica- que tomou posição contra o aborto e contra Barack Obama, alertando para esse flagelo na comunidade Hispânica, em vídeo que se pode visualizar no You Tube:

http://www.youtube.com/watch?v=F_seRrL-AlY

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Ainda o Petróleo

O sobe e desce dos preços do "crude"- que tanto afecta(ou) quem precisa de automóvel para se deslocar- obrigou-me a investigar uma tão falada "especulação financeira".
De acordo com a "BP Satistical Review of World Energy", os maiores produtores de petróleo no Mundo em 2006 ( não encontrei números mais recentes, mas não se devem ter alterado muito) foram:
Arábia Saudita: 10 859;
Rússia: 9 769;
USA: 6 871;
Irão: 4 343;
China: 3 684;
México: 3 683;
Canadá: 3 147;
Emiratos Árabes Unidos: 2 969;
Venezuela: 2 824;
10º Noruega: 2 778.
em milhares de barris por dia

E quanto às maiores empresas, de acordo com o "Energie Intelligence", e sobre a propriedade das mesmas:
Saudi Aramco Arábia Saudita 100% do Estado
Exxon Mobil USA 100% privada
NIOC Irão 100% do Estado
Petróleos de Venezuela Venezuela 100% do Estado
BP Reino Unido 100% privada
Shell Reino Unido/Holanda 100% privada
Petro China China 90% do Estado
Chevron USA 100% privada
Total França 100% privada
10ª Pemex México 100% do Estado

De realçar que, entre os primeiros dez países, USA, China e Canadá são importadores; o que produzem não é suficiente para o seu próprio mercado.
Quanto à especulação- e tendo em conta a situação de monopólio na Arábia Saudita, Irão, EAU,Venezuela e quase monopólio da Gazprom- só se pode concluir: se existiu, foi fruto dos produtores e das empresas monopolistas.
Ou então, agora que os preços do crude baixaram dos 100$/barril, fartaram-se da especulação, o que não é compreensível.

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A China e o Leite Tóxico

O Governo Comunista Chinês fechou um diário digital que noticiou a existência de leite contaminado com melamina.
Retrato fiel do totalitarismo policial e concentracionário do regime: os 1.3 mil milhões de chineses não podem saber da tragédia. Excepção óbvia para aqueles que sofrem pessoalmente com o leite tóxico e suas famílias.
Como se pode acreditar na propaganda do Governo, mesmo sendo raras as vezes que fala ao povo? Quantas crianças já morreram e quantas estão doentes?
Para quantos países exportaram produtos lácteos contaminados?
Já viram ou ouviram alguam conferência de imprensa dos ditadores Chineses, a propósito seja do que for?
É escondendo tudo o que não é propaganda que estes políticos querem ser a potência do séc.XXI, como alguns idiotas úteis ocidentais apregoam?

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Saramago

Em tempos, Saramago disse:
"A Esquerda não tem puta ideia do mundo em que vive..."

Desconsolado com a falta de "feed back", acrescentou agora:
"Nenhum Partido Comunista... saíu à estacada para rebater" as suas palavras.
In CM de 06/10/2008

Conclusão: ambos têm tazão;
1-A Esquerda não tem ideia do Mundo em que vive.
2-A Esquerda não liga nada ao que diz Saramago.

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6.10.08

Avaliação de professores

Via educação do meu umbigo, deixo esta proposta à consideração dos colegas. Já agora, esta outra também me parece pertinente.
Isto começa a mexer de novo...Iremos ainda a tempo?

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5.10.08

Porque hoje é domingo


"O nu nunca foi proibido para mim."

Ana Paula Arósio, actriz

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Dia Mundial do Professor

Comemora-se hoje o Dia Mundial do Professor. Talvez nunca como hoje faça sentido a pergunta: o que é ser professor aqui e agora? A resposta não é positiva. Nos últmos anos, os docentes tiveram na pessoa da ministra da educação uma inimiga, alguém que desde a primeira hora teve um objectivo: menosprezar os professores. Seguindo como método o confronto em vez do diálogo, impondo um sistema de avaliação injusto, inóquo, burocrático e inexequível. Tem, hoje em dia, nas escolas, um corpo docente desmotivado, revoltado, ansioso por ir embora. Perante as constantes afrontas da sinistra ministra, os professores uniram-se como nunca. Mas também, aqui e agora, é preciso dizer que alguém os desuniu. Perante a unidade e a força de vencer dos professores, os sindicatos não estiveram à altura e assinaram o acordo da traição. Com essa atitude, foram, na ocasião, aliados da ministra. Não espanta, por isso, que se viva na Escola, um ambiente de revolta, sim, mas também de alguma resignação. Não sei se haverá condições para, no decorrer da implementação da avaliação de desempenho, continuar a dizer à ministra:

BASTA! ESTÁ NA HORA DA MINISTRA IR EMBORA!


Esta semana o filósofo José Gil escreveu, na revista Visão, um artigo notável sobre o cinismo do governo ao conduzir as suas políticas educativas. Respigo alguns excertos:
"O governo e o ME ganharam. Os espíritos estão parcialmente domados. Quebrou-se-lhes a espinha, juntando ao desespero anterior um desespero maior. O ambiente nas escolas é agora de ansiedade, com a corrida ao cumprimento das centenas de regulamentações que desabam todos os dias do Ministério para os professores lerem, interpretarem e aplicarem. (...)
No processo de domesticação da sociedade, a teimosia do primeiro-ministro e da sua ministra da Educação representam muito mais que simples traços psicológicos. São técnicas terríveis de dominação, de castração e de esmagamento, e de fabricação de subjectividades obedientes. Conviria chamar a este mecanismo tão eficaz, "a desactivação da acção". É a não-inscrição elevada ao estatuto sofisticado de uma técnica política, à maneira de certos processos psicóticos."

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